
AGÊNCIA CBIC
12/12/2011
Disputados, pedreiros viram empresários na Capital mineira
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12/12/2011 :: Edição 234 |
Hoje em Dia – Online/BR 10/12/2011
Disputados, pedreiros viram empresários na Capital mineira Profissionais alugam salas, contratam mão de obra e investem até em secretária para atendimento ao público
O construtor Edemir Luiz hoje contrata cinco pedreiros
O aquecimento da construção civil e a alta demanda por profissionais do ramo têm levado os pedreiros a se tornarem verdadeiros empresários. Com a agenda lotada, muitos já estão montando seus próprios escritórios, com a contratação de funcionários para as obras e direito até a secretária para atendimento ao público.
Com a grande demanda durante todos os meses, o pedreiro Wilian de Oliveira, de 45 anos, que tem experiência de 28 anos no mercado, sentiu a necessidade de contratar uma secretária para ajudá-lo nas tarefas diárias. Montou um mini-escritório, com uma mesa e telefone para atender à clientela. Ele divide espaço com um salão de beleza no Bairro Nova Suíça, em Belo Horizonte, mas já comemora o avanço profissional e espera a ampliação dos negócios. "Facilita muito o trabalho ter alguém para anotar os recados", afirma.
Outro pedreiro que se tornou empresário do setor é Edemir Luiz de Souza, de 55 anos. Ele começou a atuar no ramo aos 9 anos, como ajudante do pai, que era pedreiro. "Aos 24 anos, parei de trabalhar com os outros e comecei a pegar meus próprios serviços", conta.
Hoje, com escritório na sua própria casa no Bairro Aparecida, contrata outros cinco profissionais. "Eu sempre vou com os funcionários e vejo o serviço que tem que ser feito. Algumas vezes, eu mesmo faço. Outras, só supervisiono. Agora me considero um construtor", afirma.
Para Edemir Luiz, a falta de profissionais no setor está associada a uma visão preconceituosa quanto à profissão. "Muita gente acha que pedreiro ganha mal e tem pouco estudo. Mas, na verdade, dá para ganhar muito bem. É um trabalho como qualquer outro", avalia.
Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon), o grau de escolaridade dos trabalhadores da construção civil tem aumentado. O pessoal com segundo grau completo passou de 13,27% em 2004 para 22,75% no ano passado. O índice de analfabetismo também caiu nesse mesmo período. Saiu de 1,06% para 0,8%. Já o rendimento médio cresceu de R$ 1.101,26 para R$ 1.307,06.
O secretário de Estado de Trabalho, Carlos Pimenta, explica que a valorização do profissional da construção civil está associada à falta de profissionais para atender à demanda crescente do período. Ele lembra que estão sendo realizadas várias obras de infraestrutura no país, em decorrência da Copa do Mundo de 2014. Além disso, programas habitacionais e a facilidade de financiamento têm aumentado a demanda por moradias. Na sua avaliação, se hoje fossem capacitados 10 mil novos profissionais no Estado, todos teriam emprego garantido.
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