
AGÊNCIA CBIC
12/08/2011
Dilma: 'não vamos enfrentar crise com recessão'
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12/08/2011 :: Edição 156 |
Jornal O Globo/BR 12/08/2011
Dilma: 'não vamos enfrentar crise com recessão'
TREMOR GLOBAL: Presidente adota tática de Lula e aproveita inaugurações para falar sobre turbulência externa
No mesmo tom, ministra do Planejamento diz que governo federal não vai pisar no freio dos investimentos
A presidente Dilma Rousseff garantiu ontem que o governo não adotará medidas recessivas para enfrentar efeitos da crise econômica global. Ao contrário, repetirá a estratégia da primeira fase da turbulência, em 2008/2009, e incentivará investimentos em novos projetos e na produção e na geração de emprego e renda. Dilma está preocupada com o cenário global e, repetindo a técnica do ex-presidente Lula, com o qual se encontrara na véspera, mencionou a crise em três oportunidades ao longo do dia de inaugurações e vistorias no Ceará. Segundo ela, trata-se de uma "fala de otimismo".
– Hoje estamos mais fortes para enfrentar a crise. Não vamos enfrentar a crise com recessão. Vamos enfrentar a crise com mais projetos como este do complexo industrial e siderúrgico do Pecém. Vamos nos defender gerando emprego, assegurando renda e defendendo nosso mercado interno – disse.
A construção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e a implantação de equipamentos de modernização e ampliação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém – que Dilma visitou ontem, ao lado do governador Cid Gomes – foram citados pela presidente como empreendimentos importantes para o país se esquivar da crise.
A presidente lembrou que o Brasil está muito mais sólido. Citou que as reservas internacionais, que somavam menos de US0 bilhões em setembro de 2008, quando a crise foi deflagrada, hoje ultrapassam US0 bilhões. E acrescentou que há mais de R0 bilhões em depósitos compulsórios no Banco Central (BC), que podem ser usados para garantir o fluxo de recursos no sistema financeiro.
A crise internacional, que já havia sido mencionada na entrevista às rádios locais, também ocupou parte do discurso de Dilma na inauguração da Policlínica Regional de Pacajus. A presidente disse ao público presente que gostaria de "dar duas palavras" sobre a crise:
– Mais uma vez existe uma crise nos outros países. Eu queria deixar claro para vocês que o Brasil está forte o suficiente para enfrentar a crise. Não vamos parar de trabalhar. Vamos continuar fazendo todos os programas, como o Minha Casa Minha Vida 2, que vai construir dois milhões de moradias.
Na mesma linha, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse ontem que o governo não pisará no freio dos investimentos por causa das crise econômica que atinge a Europa e os EUA.
– Mostramos em 2008 que não vamos pisar no freio. Mas vamos fazer isso com responsabilidade – disse a ministra, após participar do Encontro Nacional da Indústria da Construção, em São Paulo. – Mesmo com o corte de R bilhões no Orçamento no início do ano, preservamos recursos para o PAC e investimentos sociais
Agência japonesa aumenta 'rating' do Brasil
Já o Ministério da Fazenda informou ontem que a agência de classificação de risco japonesa R&I Japan elevou a nota brasileira de BBB- para BBB, o segundo degrau do chamado grau de investimento. Segundo a Fazenda, isso se deveu ao mercado interno forte. Em Buenos Aires, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estará na reunião de ministros da Economia e presidentes dos Bancos Centrais da União de Nações Sul-americanas (Unasul), disse que um dos objetivos do encontro é criar mecanismos que deem proteção financeira aos países da região.
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