Dilma defende sustentabilidade e crescimento

A presidente Dilma Rousseff defendeu ontem a combinação de crescimento econômico, inclusão social e proteção ao meio ambiente. Em sua primeira manifestação pública sobre o tema, após vetar trechos do Código Florestal na última sexta-feira, ela disse que é possível crescer, desenvolver a produção agrícola, industrial e de serviços preservando o meio ambiente. Dilma participou da entrega do 4, Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Brasil, no Palácio do Planalto.

 Para ela, a combinação de crescimento, inclusão e preservação significa "um desenvolvimento qualitativamente melhor e quantitativamente maior".

 – Ao assumirmos o compromisso de transformar econômica, social e ambientalmente um país, percebemos a ligação desses três eixos, fundamental para se desenvolver, distribuir renda, assegurar emprego, garantir serviços públicos de qualidade.

 Em síntese, era fundamental incluir socialmente a nossa população – disse a presidente.

 Dilma sancionou o Código Florestal com 12 vetos e 32 mudanças adotadas por medida provisória (MP). Segundo ela, se o desenvolvimento econômico não respeitar o meio ambiente, o presente e o futuro estarão comprometidos.

 – Percebemos que a soma de incluir, crescer, proteger e conservar resulta num desenvolvimento qualitativamente melhor e quantitativamente maior — afirmou. – Também mostramos que é possível preservar nossas florestas, nossa biodiversidade.

 É possível preservar os nossos rios. É possível preservar as nossas riquezas naturais e o país é um dos países com uma riqueza ambiental da mais alta qualidade e da mais alta variação. É possível tudo isso e ao mesmo tempo crescer. É possível tudo isso e ao mesmo tempo desenvolver sua produção agrícola, sua produção industrial e seus serviços.

 Ministra não comenta críticas aos vetos de Dilma À tarde, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que não comentaria as críticas de ruralistas e ambientalistas à MP que substituiu trechos vetados do Código Florestal: – As pessoas deveriam ler com mais cuidado o código para entender a envergadura das propostas que estão colocadas ali.

 Não me cabe comentar crítica, me cabe ir ao debate no Congresso Nacional e defender o texto do governo – disse a ministra, na abertura da Semana do Meio Ambiente durante reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), no Ibama.

 Segundo Dilma, o lema "País rico é país sem pobreza" pode parecer uma obviedade, mas não é, porque, ao longo da história brasileira, para muitos, o país poderia ser rico e a sua população continuar pobre: – Temos uma história para contar. A nossa história é a história de um desafio e de um país que foi condenado, durante muito tempo, a ter uma das maiores taxas de desigualdade do mundo.

 E, agora, nos erguemos nos nossos pés para fazer o desenvolvimento do nosso país.