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AGÊNCIA CBIC

10/04/2025

Digitalização e industrialização: ENIC discute um novo modelo na construção

Após 20 anos da introdução do conceito de Lean Construction no país, o Brasil ainda precisa evoluir muito para manter o setor da construção na vanguarda. A boa notícia é que os caminhos para atingirmos esse patamar já foi identificado. Essa discussão, tão relevante para o segmento, foi tema do painel O papel da Lean Construction na introdução de sistemas e componentes industrializados: avanços recentes e desafios, realizado na tarde da quarta-feira (09/04), durante o Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC). Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o evento acontece em conjunto com a 29ª edição da Feicon, no pavilhão 8 da São Paulo Expo até 11 de abril.

O debate contou com a participação de José Carlos Martins, presidente do Conselho Consultivo da CBIC; Carlos Torres Formoso, professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil: Construção e Infraestrutura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Luis Henrique Ceotto, Urbic Managing Partner; e Carlos Alberto Andrade Bomfim, gerente de negócios do Senai CIMATEC.

Formoso, que abriu as apresentações, trouxe exemplos de como os Estados Unidos, a Finlândia e o Japão transformaram suas construções com metodologias e ferramentas que otimizam o trabalho da mão de obra e ainda geram economia de recursos. O professor acredita que um novo modelo, com foco em construção mais industrializada, deve combinar customização em massa, padronização com flexibilidade, mecanização, pré-fabricação de produtos e integração da cadeia de suprimentos.

Para ele, o segredo do sucesso de outros países está na construção modular — um processo construtivo no qual uma parte substancial das atividades é executada off-site, em ambiente controlado, com alto grau de mecanização. “O melhor exemplo de construção modular bem-sucedida é o Japão. Lá, há empresas com linhas de produção extremamente avançadas e sofisticadas, que dominam tecnologias de automação capazes de viabilizar a construção de três casas por dia.”

O Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC) é uma realização da CBIC, em parceria com a RX | FEICON, apoio do Sistema Indústria e correalização com SESI e SENAI. O evento conta com o patrocínio oficial da Caixa Econômica Federal e Governo Federal, além do patrocínio da Saint-Gobain, no Hub de Sustentabilidade e Naming Room de Sustentabilidade; do Sebrae Nacional, no Hub de Inovação, e da Mútua, no Hub de Tecnologia. Também são patrocinadores do ENIC: Itacer; Senior; Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro – Abividro, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas – Abrafati, Anfacer, Sienge, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex Brasil, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo – CAU/SP; Multiplan; Brain; COFECI-CRECI; CIMI360; Esaf; One; Agilean; Exxata; Falconi, Konstroi; Mais Controle; Penetron; Seu Manual; Totvs; Unebim, Zigurat; Yazo.

Melhoria no planejamento e gestão – Formoso também explica que, no Japão, com a aplicação do conceito de mass customization na construção modular, é possível oferecer obras com mais qualidade, desempenho, confiabilidade e alta eficiência. Sua conclusão destacou gargalos e oportunidades de inovação, como a gestão integrada de projeto, fábrica, logística e obra. Ele também lembrou que as incorporadoras precisam estar atentas a mecanismos que aumentem a resiliência, com planos emergenciais para lidar com situações críticas, como chuvas intensas, e que é necessário também um olhar para aspectos organizacionais, como colaboração, aprendizagem e melhoria do ambiente de trabalho.

Na visão de Luis Henrique Ceotto, as construtoras brasileiras ainda precisam aprender muito sobre o que é planejamento de projetos. Segundo ele, a construção no Brasil ainda opera em um formato muito artesanal e pouco linear. Projeto, planejamento e gestão da obra ocorrem de forma desordenada e ineficaz, gerando atrasos. “Um projeto que deveria levar quatro meses, acaba levando um ou até dois anos, por causa de erros sistemáticos que se repetem em todos eles”, enfatiza.

Segundo ele, o que leva as empresas a cometerem erros é a falta de definição clara do projeto construtivo. “No mercado imobiliário de edificações, existe uma certa homogeneidade no processo. Então, é possível definir de forma racional e inteligente o processo de produção que melhor atenda àquela construção. Dá para prever o que se pode padronizar e o que se pode customizar. Assim, de 80% a 90% das decisões que precisam ser tomadas são previamente resolvidas.”

Em sua fala, Carlos Bomfim apresentou o que acredita ser o caminho para impulsionar o futuro. “A construção no Brasil precisa ser mais digital e menos analógica. Drywall não é mais inovação há muito tempo.” Ele refletiu sobre a necessidade de superar a fragmentação tradicional da construção, com maior integração entre projeto, fabricação e montagem, e sobre a importância da capacitação técnica e cultural gradual dos diversos agentes do setor, a fim de endereçar os novos paradigmas produtivos.

No entanto, para o profissional do SENAI, o mais importante é a mudança de mindset. “Se a gente não evoluir, deixaremos de ser relevantes. Há uma revolução acontecendo de forma silenciosa. É necessário sermos atrativos para captar mais pessoas interessadas na agenda da construção civil”, exclamou.

Para encerrar o debate, José Carlos Martins, presidente do Conselho Consultivo da CBIC, destacou a questão da escassez de mão de obra no Brasil. “Cada dia mais, nosso contingente de trabalho é menor. Ninguém mais quer carregar saco de cimento e ficar exposto às intempéries. Além disso, estamos desperdiçando talentos — as mulheres — porque o ambiente de trabalho é inóspito e pouco atrativo para elas.

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Abril/2025

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