Desemprego chega a 13,3%

Correio Braziliense/BR

Desemprego chega a 13,3%

LARISSA GARCIA
Pesquisa do Dieese revela que, na comparação com fevereiro, a elevação da taxa foi de 0,5 pontos percentual em março. A indústria de transformação e a construção civil tiveram o pior desempenho, resultado da desaceleração dos programas de governo e das chuvas.
 A taxa de desemprego na capital federal apresentou alta pelo terceiro mês consecutivo este ano. De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal (PED-DF), 13,3% dos brasilienses estavam sem ocupação em março deste ano. Em fevereiro, o índice era de 12,8%. O crescimento se justificou pela diminuição de 9 mil pessoas na População Economicamente Ativa (PEA), abaixo da queda registrada nos postos de trabalho, de 15 mil: um saldo de 6 mil desempregados. Ainda assim, o governo mantém a meta de fechar este ano com a taxa de apenas um dígito, uma promessa não cumprida em 2012.
 Os setores com pior desempenho foram indústria de transformação e construção civil variação negativa de 14,3% e 7,1%, respectivamente, nos postos de trabalho. Se olharmos todas as regiões, poderemos notar que a alta no número de desocupados é geral. Isso se deve a fatores sazonais. A construção, por exemplo, é muito sensível às chuvas. Geralmente, a indústria é a atividade receptora dessa mão de obra desempregada, mas, aqui, o setor não é tão expressivo, assim como a agricultura explicou o presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), Júlio Miragaya.
 Jusçânio de Souza, da Diretoria de Estudo e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, acredita que a desaceleração de programas do governo, como Minha Casa, Minha Vida, também influenciou a redução de oportunidades na construção civil. Existe a necessidade de dinamizar as atividades no Entorno para evitar o arrefecimento do mercado em Brasília. A PED-DF não consegue captar as movimentações da região metropolitana e, por isso, já estamos realizando a Pesquisa Municipal por Amostra de Domicílio (Pmad), similar à Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (Pdad), nessas cidades.
 Na opinião do secretário de Trabalho do DF, Renato Andrade, a solução para o mercado de trabalho brasiliense é a industrialização da região metropolitana. Os números preocupam o governo, mas não assustam. Essa desaceleração era esperada para o mês. Uma das alternativas que começamos a adotar é a industrialização do Entorno, que não é uma medida com frutos a curto prazo, mas, uma hora, precisamos dar o primeiro passo;, considerou. Se tivéssemos começado antes, talvez estivéssemos mais avançados;, completou Miragaya.
 Segundo Andrade, a meta de fechar o ano com a taxa de desemprego em apenas um dígito está mantida. “Em 2012, não alcançamos o objetivo, mas chegou bem perto. Este ano, posso garantir que chegaremos lá;, afirmou secretário. Miragaya, entretanto, alertou que o índice pode voltar a subir no início de 2014.;Mesmo que cheguemos a 9,8%, por exemplo, nos primeiros meses do ano seguinte teríamos uma alta, por fatores sazonais, completou.
 Qualificação
 Segundo Vanderli Frare, coordenadora do curso de gestão estratégica de pessoas do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais do Distrito Federal (Ibmec-DF), o mercado de trabalho não consegue absorver trabalhadores por conta da falta de qualificação. A indústria, por exemplo, ainda é pequena, mas está chegando aos poucos. Uma fábrica de uma grande marca farmacêutica foi instalada em Santa Maria, e a maioria dos funcionários foram trazidos de fora, porque não há sequer especialização para o setor no DF, explicou. Para ela, a alta na taxa de desempregados também acompanha uma tendência nacional. Devido a fatores macroeconômicos, como a inflação, muitos empresários seguraram o crescimento.