
AGÊNCIA CBIC
Demanda por crédito imobiliário tende a ser cada vez maior
O crédito imobiliário, depois de anos estagnado na casa dos 3%, chegou a 5% do PIB em 2011. Esse percentual, no entanto, ainda está abaixo do verificado em outros países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Na Índia e na China, essa relação está abaixo de 12%, enquanto no Chile está em 18,5%.
Para manter a trajetória em alta, no entanto, será preciso complementar as fontes de financiamento para aquisição de imóveis, pois a demanda deve superar a oferta de recursos da caderneta de poupança, um dos principais financiadores do setor.
Entre 2004 e 2011, o valor financiado pelo FGTS e poupança teve alta de 1640%, saltando de R$ 6,9 bilhões para R$ 114 bilhões.
Já o estoque da poupança registrou elevação de 261% no mesmo período, de R$ 127 bilhões em 2004 para R$ 331 bilhões sete anos depois.
O governo já está preocupado com a possibilidade dos recursos da poupança serem insuficientes para financiar projetos no segmento. Para Paulo Simão, será preciso buscar outras formas de aumentar os recursos disponíveis para a aquisição de moradias.
“A poupança e o FGTS são mecanismos essenciais, e não irão acabar, mas também teremos de ter fontes complementares, como a poupança privada”, destaca Simão.
Na sua avaliação, o setor de construção deve apresentar crescimento de 5% neste ano, acima dos 3,6% de 2011.
“O crédito imobiliário deve crescer, mas em ritmo mais brando que em 2011”, disse. Em 2011, o crédito voltado ao setor teve alta de 44%, bem acima da elevação de 19% do crédito em geral.
Para Simão, as perspectivas para o segmento ainda são muito positivas.
“Não vejo bolha. Há crescimento da economia, da renda e o crédito em relação ao PIB é baixo em comparação com outros países”, afirma, frisando que o financiamento imobiliário atinge na média 65% a 70% do valor da residência, diferente do ocorrido nos Estados Unidos, onde se financiava até 120% desse montante.
Fonte: Valor Econômico.