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10/04/2025

Déficit habitacional e juros altos: desafios do financiamento da habitação são discutidos no ENIC 100

Como solucionar um déficit habitacional de quase sete milhões de moradias no Brasil e olhar para um cenário onde a perspectiva de juros altos pode aumentar cada vez mais até 2028? Em busca dessas respostas, o painel Desafios da habitação: panorama do financiamento no Brasil e no mundo trouxe especialistas nacionais e internacionais para discutir soluções na manhã da quinta-feira (10), durante o Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC). Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o evento acontece em conjunto com a 29ª edição da Feicon, no pavilhão 8 da São Paulo Expo até 11 de abril.

“Temos uma máquina muito poderosa hoje no Brasil que é um mercado imobiliário estruturado, com amadurecimento da nossa indústria e temos um desafio, sim, com a taxa de juros e com um déficit habitacional, mesmo com um dos melhores programas habitacionais do mundo”, apontou o presidente da CBIC, Renato Correia. “Agora, aqui no ENIC, é momento de olharmos todos para trás, reconhecer o que fizemos e olhar para os nossos desafios: os juros, a mão de obra, as regulamentações, e encontrar soluções com diálogo, com trabalho e muita competência, que é característica deste mercado”.

O painel contou com a participação da especialista em habitação e representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), María Paloma Silva de Anzorena, que apresentou um panorama abrangente dos desafios e soluções para o setor de habitação na América Latina e Caribe. Segundo ela, os principais obstáculos enfrentados hoje nesses países envolvem a falta de coordenação entre os diferentes atores do setor, baixa capacidade técnica e estruturas públicas frágeis. “Leva muito tempo para conseguir, por exemplo, uma licença para um novo empreendimento”, apontou.

O Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC) é uma realização da CBIC, em parceria com a RX | FEICON, apoio do Sistema Indústria e correalização com SESI e SENAI. O evento conta com o patrocínio oficial da Caixa Econômica Federal e Governo Federal, além do patrocínio da Saint-Gobain, no Hub de Sustentabilidade e Naming Room de Sustentabilidade; do Sebrae Nacional, no Hub de Inovação, e da Mútua, no Hub de Tecnologia. Também são patrocinadores do ENIC: Itacer; Senior; Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro – Abividro, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas – Abrafati, Anfacer, Sienge, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex Brasil, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo – CAU/SP; Multiplan; Brain; COFECI-CRECI; CIMI360; Esaf; One; Agilean; Exxata; Falconi, Konstroi; Mais Controle; Penetron; Seu Manual; Totvs; Unebim, Zigurat; Yazo.

Inovar no funding – “Precisamos estruturar estratégias baseadas em três pilares: governança, soluções habitacionais e financiamento”, explicou Paloma. A especialista também compartilhou opções de crédito e resultados de programas com atuação do BID no Brasil. Através do programa Promorar Brasil, a instituição financia infraestrutura e projetos habitacionais com crédito de longo prazo. Este projeto, no valor de US$ 44 milhões, foi voltado à melhoria de moradias e fortalecimento das competências do setor público. Já a segunda operação, o Vida Nova, busca realocar famílias de favelas e áreas de risco para moradias seguras e dignas.

O painel foi mediado por José Carlos Martins, presidente do Conselho Consultivo da CBIC, que lembrou a evolução do crédito nos últimos anos para a construção, mas também apontou que é preciso pensar novos caminhos para os próximos anos . “No momento de dificuldade a gente precisa se tornar criativo, que a caderneta de poupança não aguenta financiar a classe média e nem todo mundo tem a mágica de financiar com juros de 9%, precisamos pensar em soluções para a gente conseguir ver uma luz no fim do túnel”, comentou.

A regulamentação e a legislação que envolvem o desenvolvimento e os empreendimentos da habitação também podem se transformar em obstáculos para o crescimento da moradia no Brasil, lembrou Eduardo Aroeira Almeida, vice-presidente financeiro da CBIC. “A segurança jurídica impacta nos custos das construções e essas ações temerárias podem drenar recursos. A CBIC tem tentado fazer com que isso seja facilitado. Se a gente não conseguir melhorar o custo total da habitação, a gente não consegue melhorar a eficiência nos nossos financiamentos”, disse.

Uma das soluções apresentadas para o déficit de habitação brasileiro foi a locação social, o que deixaria a moradia mais acessível. “Precisamos de funding, mas com a Selic alta nos vemos diante de um crescimento limitado, então temos que pensar em locação social e em fundings privados que sejam atrativos”, apontou Clausens Duarte, vice-presidente de Habitação de Interesse Social da CBIC.

Pensar em outras formas de moradia, especialmente para pessoas de baixa renda, além do Minha Casa, Minha Vida, também foi uma alternativa trazida por Inês Magalhães, vice-presidente de Habitação da Caixa Econômica Federal (CEF). “Uma questão importante do financiamento é que ele precisa diversificar os seus produtos, a moradia adequada não é acessível para pessoas de baixa renda e isso é um nicho de mercado. Como a gente produz para a locação dos mais pobres ou o que é chamado lá fora de moradias sênior, os temas dos projetos precisam tratar do impacto e da demanda desses nichos”, sugeriu.

O tema tem interface com o projeto “Segurança Habitacional como Garantia Básica para a Qualidade de Vida e Integridade Física do Trabalhador”, da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS) da CBIC, em correalização com o Serviço Social da Indústria (Sesi).

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Abril/2025

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