
AGÊNCIA CBIC
Dados da CBIC vão complementar levantamento internacional sobre insumos

Representantes da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) participaram nesta quinta-feira (24/02) da reunião virtual da International Housing Association (IHA), que reúne representantes de entidades internacionais do setor habitacional e tratou de importantes assuntos como aumento do preço de insumos e valorização da engenharia.
Coordenada pelo presidente da IHA, Per Jaeger, a reunião contou com a participação de:
- Maria Henriqueta Arantes Ferreira Alves, consultora técnica da CBIC e representante no Conselho Curador do FGTS
- Mariana Ribeiro, consultora CBIC
- Ieda Vasconcelos, economista da CBIC
- Denise Soares Putzke, gestora dos projetos de Integração Internacional da CBIC
Um dos temas de destaque da reunião foi a apresentação de David Logan, economista sênior do NAHB (National Association of Home Builders), sobre a curva de aumento de preços dos insumos para a construção em todos os países membro da associação, mostrando o Brasil na média dos demais países.
A economista Ieda Vasconcelos informou que pelo trabalho de acompanhamento do Mercado Imobiliário no país, que envolve cerca de 180 cidades, de 23 regiões metropolitanas, e reflete o que está acontecendo no país em relação a preços de habitação no Brasil, o aumento de custo ainda é superior ao de preços.
“No ano passado tivemos um crescimento maior do que vinha nos últimos anos, em torno de 10.5%, mas esse aumento foi ainda inferior ao nosso crescimento dos custos da construção, que foi de cerca de 14%. Se pegarmos somente os insumos, o aumento foi de cerca de 30% no custo”, disse, completando que alguns insumos importantes, como o aço, registraram em algumas regiões do país um aumento superior a 100% no ano passado.
A consultora técnica Maria Henriqueta questionou se o IHA está monitorando a questão da comercialização de imóveis. Em sua avaliação, a grande causa da redução da comercialização de imóveis residenciais é resultado da alta da inflação do preço dos materiais de construção, que se somou aos blecautes e às medidas sanitárias adotadas no mundo inteiro. “O ganho em salário das pessoas não acompanhou a defasagem de preço entre o rendimento das famílias, impactado pela Covid-19, e o custo da construção.
Ficou definido que a economista Vasconcelos encaminhará ao IHA os dados de insumos do setor, no Brasil, que, segundo sua avaliação, com certeza mudará as curvas demonstradas por países da Europa e dos Estados Unidos, porque o Brasil teve alguns aumentos mais extraordinários.
Outro destaque da reunião foi o relacionado à análise do representante do Fundo Monetário Internacional (FMI), Prakash Loungani, que analisou o cenário dos preços dos imóveis. Um dos pontos de destaque é que a análise foi feita em comparação a emissão de alvarás de construção. O resultado alcançado foi que em países com maior emissão de alvarás, com maior velocidade o preço do imóvel subiu de maneira mais moderada. Ele deu como exemplos a França e Grécia.
Valorização da Engenharia
Dentre as iniciativas desenvolvidas o Brasil para atrair mão de obra para o setor, Vasconcelos destacou a Campara de Valorização da Engenharia, desenvolvida pela CBIC, que mostra a importação da Engenharia e da construção dos seus produtos, que acaba atingindo o público mais jovem.
Amanhã o encontro terá continuidade com discussões sobre a Indústria 4.0, Habitação Social e Habitação Acessível.
A participação da CBIC na reunião tem interface com o Projeto Integração Internacional da CBIC, com a correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional) e com o projeto “Desenvolvimento de Lideranças” da Comissão de Responsabilidade Social (CRS) da CBIC, em correalização com o Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional).