O Tempo Online/MG
Crise "braba"
Grandes empresários já falam em retração econômica no Brasil. "Vem uma recessão por aí. E braba", disse à coluna Aguinaldo Diniz, presidente da centenária Cedro e Cachoeira e da Abit, associação nacional do setor têxtil.
Linha do tempo
Apesar de diferentes, as duas perspectivas podem ser corretas. E convergentes. É que o ciclo econômico não é o mesmo para todos. Os que tocam projetos de maturação longa, como o pessoal de Simão, são os últimos a sentir os efeitos de uma retração, que começa sempre por bens de consumo como os tecidos de Aguinaldo. Assim, a recessão pode estar perto para um e longe para outro. Mas chegar para todos.
Está de pé
A propósito de Pimentel, seu nome continua na lista de dez ministros que deverão deixar o governo Dilma para disputar as eleições. Apesar de recolhido à moita nessas últimas semanas, a candidatura de Pimentel a governador se mantém no radar do Planalto, do PT e de aliados. Anteontem, aliás, o presidente do PT mineiro, Reginaldo Lopes, voltou a prever a amigos uma vitória eleitoral do ministro no Estado.
Impressão digital
Um deputado do PSDB está entre os signatários do impeachment de Cabral, grande amigo de Aécio Neves. Trata-se de Luiz Paulo Correa, que é ligadíssimo a José Serra, que anda assanhadíssimo para voltar à cena política – e eleitoral.
Preparativos
Marina Silva está chamando para conversas formadores de opinião em diversas áreas. A ex-senadora anda atuante nos bastidores, sem dar nas vistas. É com muita discrição que ela vai se organizando para a campanha presidencial.
Contrapontos
A projeção recessiva não é consenso. A maioria dos empresários aposta que o PIB do país continuará evoluindo positivamente nos próximos meses. "Ainda dá para crescer. Pouco, mas dá", avaliou Paulo Simão, que preside a entidade da construção CBIC.
Radicalização
Já há petistas defendendo que o partido negue legenda a dois candidatos a deputado, os vereadores Silvinho Resende e Tarcísio Caixeta, por serem eles "lacerdistas". Isso evidencia a tendência no PT de acirramento da oposição ao prefeito Marcio Lacerda, visto no partido como um adversário de Fernando Pimentel em 2014.
Caça às bruxas
O pedido de impeachment de Sérgio Cabral, protocolado ontem por deputados na Assembleia Legislativa fluminense, pode ir em frente e ter o resultado desejado pelos autores dada as evidências de peculato por parte do governador, além da ira contra os políticos nas ruas. E se Cabral vier a ser destituído, sua queda deverá inspirar outros processos semelhantes, desencadeando uma onda de cassações no país.
Dama de copas
Dilma se fechou em copas: não está deixando escapar nada sobre seus planos para o ministério e a economia. Ou ela ainda não sabe o que fazer, aturdida que permanece com o quadro caótico no governo após as revoltas de junho, ou ela não já não confia a mais ninguém os seus pensamentos. Ou ambas as hipóteses.
Raquel Faria
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