
AGÊNCIA CBIC
30/01/2012
Crescimento mais normal do crédito habitacional
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30/01/2012:: Edição 256 |
Estadão.com.br – Últimas notícias/BR 29/01/2012
Crescimento mais normal do crédito habitacional
As operações de financiamento à casa própria com recursos das cadernetas de poupança aumentaram 42% no ano passado, mas neste ano esse ritmo tende a declinar, para cerca de 30%, segundo especialistas do setor.
Confirmadas essas projeções, o crédito imobiliário pode sair do ritmo explosivo que mantém desde a segunda metade da década passada, entrando em compasso mais adequado ao equilíbrio do mercado de moradias.
Entre 2004 e 2010, o crescimento desses empréstimos oscilou entre 62% e 96% ao ano – salvo em 2009, quando caiu para 13%, em razão das incertezas com a crise e do declínio de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB). A alta de 65% em 2010 deveu-se mais à recuperação da queda de 2009. E a de de 2011, aos efeitos secundários da liberalidade fiscal e monetária do último ano do governo Lula.
A oferta maciça de crédito foi um dos fatores que propiciaram a alta dos preços dos imóveis, o que se constata comparando montantes financiados e número de unidades. Houve aumento de 42%, entre 2010 e 2011, do volume de crédito (de R$ 56,2 bilhões para R$ 79,9 bilhões), duas vezes e meia superior ao da quantidade de moradias financiadas, que cresceu 17%, de 421 mil para 493 mil. O valor médio dos financiamentos passou de R$ 133 mil para R$ 162 mil.
Os dados de 2011 foram influenciados pelo comportamento de dezembro, com crescimento dos valores de 23% e do número de unidades, de 27%, em relação a novembro.
Os indicadores da qualidade do crédito continuam confortáveis, como na inadimplência, que caiu de 2,1%, em 2010, para 2%, em 2011. Mas houve aumento de 1,2%, em 2010, para 1,4%, em 2011, da inadimplência dos contratos garantidos por alienação fiduciária, justamente os que são tidos como mais seguros.
O tomador final de crédito imobiliário, no Brasil, ainda tem um perfil bastante conservador, financiando, em média, não mais do que 2/3 do valor do imóvel. Como os bancos também têm seus limites máximos de financiamento – em geral ao redor dos 80% do valor da propriedade -, os riscos das operações ainda são reduzidos. Isso é particularmente importante no caso dos financiamentos à moradia, concedidos por prazos muito longos, de até 30 anos.
A queda da captação de recursos via cadernetas de poupança, cujo saldo líquido reduziu-se de R$ 29,5 bilhões, em 2010, para apenas R$ 9,3 bilhões, no ano passado, foi provavelmente transitória, pois com a diminuição da taxa Selic os depósitos de poupança tendem a recuperar competitividade.
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