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AGÊNCIA CBIC

04/05/2011

Cresce reprovação de crédito pelas financeiras

"Cbic"
 
04/05/2011 :: Edição 090

Revista Exame/BR – 04/05/2011

cresce reprovação de crédito pelas financeiras

Qualidade do tomador de crédito piorou por diversos fatores

São Paulo – As últimas reuniões da diretoria da Associação Nacional das
Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) trouxeram à tona a preocupação com a piora
na qualidade do tomador de crédito.

São vários os motivos que explicam esse fenômeno recente (veja quadro resumo ao final da matéria),
mas o resultado prático é um só. As financeiras redobraram a cautela e, por
tabela, aumentaram a reprovação parcial ou total dos empréstimos.

Embora não haja pesquisas detalhadas, os executivos do setor calculam que,
desde o início do aperto monetário (alta dos juros e medidas macroprudenciais)
no final do ano passado, quatro em cada dez pedidos (40%) estão sendo negados,
contra um índice de 20% a 30% registrado no período pós-crise, que foi
beneficiado pela formalização do mercado de trabalho e pelo aumento na renda
das famílias.

A primeira explicação para essa maior cautela das financeiras é a
"invasão" de novos clientes que, impulsionados pelo bom momento da
economia brasileira, tomaram coragem de contrair dívidas. "A análise de
risco está sendo feita com mais preocupação de uma forma geral. No caso do novo
entrante, a dificuldade é maior porque não há um histórico de operações de
crédito", explica Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi.

O diretor-financeiro da Finamax, Carlos Alberto Samogim, diz que os novos
clientes estão levando carnês quitados para comprovar o bom histórico de
pagamentos. "Os cuidados estão redobrados na hora de conceder o crédito.
No nosso caso, não há aumento na reprovação integral do financiamento, mas a
gente encurta o prazo e o volume total."

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Qualidade do tomador de crédito piorou por diversos fatores

A enorme expansão do crédito nos últimos anos – motivo de preocupação por
parte do Banco Central, cuja prioridade no momento é combater a inflação –
ainda não gerou problemas mais sérios de inadimplência, mas há casos
preocupantes de superendividamento.

Esses clientes problemáticos estão recebendo cartão vermelho das
financeiras, que não querem assumir o risco de emprestar dinheiro para quem
está com a corda no pescoço – ainda que seja um cliente disposto a pagar juros
estratosféricos. "Os manuais de finanças pessoais dizem que o limite de
endividamento de uma família deveria ser de 30% da sua renda", explica
Tingas.

Samogim constata, em suas lojas espalhadas pelo interior do estado de São
Paulo, a presença de uma parcela grande de proponentes (pessoas que estão
buscando crédito) que já têm um comprometimento elevado da renda com diferentes
financiamentos. "Na Finamax, não basta a prestação caber no bolso do
cliente. É preciso verificar se a soma das várias parcelas que o proponente
possui atinge 30% da renda da família."

A terceira explicação para o crescimento no índice de reprovação parcial ou
integral de crédito é a inflação elevada, que está corroendo a renda da
população mais carente. "A alta no preços dos alimentos tem peso maior
sobre os mais pobres, que encontram dificuldades em pagar os carnês. No
entanto, o calote é o último recurso, pois, em geral, esse cliente é o melhor
pagador do mercado, já que o principal bem que ele possui é o próprio
nome", diz o economista-chefe da Acrefi.

Há ainda um quarto fator que obriga as instituições financeiras a adotarem
medidas rigorosas de controle do crédito. Trata-se das fraudes feitas por
quadrilhas, que falsificam dados para obter financiamentos, informa a Acrefi.

Crédito sustentado

A Finamax registra crescimento no número de clientes que trabalham na construção civil. "Por causa do
aquecimento do mercado imobiliário
e seus respectivos impactos na renda do setor, esse trabalhador passou a
frequentar a mesa de crédito."
Por enquanto, salienta Samogim, esse cliente não tem gerado dor de cabeça na
hora de pagar as contas.

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Qualidade do tomador de crédito piorou por diversos fatores

A associação das financeiras ressalta que a chave do crescimento sustentado
do crédito no Brasil é a educação financeira das famílias. "Precisamos
começar a ensinar nas escolas para que as próximas gerações saibam consumir com
responsabilidade", defende Tingas.

Enquanto isso não acontece, o analista de crédito tem o papel de colocar um
freio nas ambições dos clientes mais abusados. "A instituição financeira
acaba praticando o crédito consciente de duas formas: não oferecendo uma
quantidade muito grande de parcelas e não permitindo que o proponente leve o
volume de crédito que ele pleiteia", diz o diretor da Finamax.

O grande perigo é quando as regras de avaliação de risco são ignoradas pelo
analista que tem metas a cumprir, ou quando a financeira quer abocanhar uma
fatia do mercado na base do "custe o que custar", principalmente em
momentos de desaquecimento, como o atual. Um cliente muito endividado que
receba um novo crédito transforma-se em um potencial problema de caixa amanhã.
A recomendação no mercado é dar um cartão vermelho antes de a bola rolar para
não desfalcar o time durante o jogo.



LEIA TAMBÉM:

Jornal do Commercio/BR – 04/05/2011

setor da construção civil vê acesso ao crédito mais difícil

Os empresários da construção civil
têm considerado que o acesso ao crédito
está mais difícil, de acordo com pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a entidade, o indicador
ficou em 46,9 pontos no primeiro trimestre de 2011. Pelos critérios da
sondagem, pontuações superiores a 50 pontos mostram expectativa positiva, e
números inferiores a esta marca sinalizam retração ou expectativa negativa.

Conforme a CNI, a avaliação negativa foi mais intensa entre as pequenas e
médias empresas (45,8 e 45,7, respectivamente), enquanto que as grandes
apontaram indicador em 49,4.

Os empresários também se mostraram insatisfeitos com a margem de lucro operacional,
com o indicador ficando em 49 pontos no primeiro trimestre, abaixo da linha
divisória, e 3,6 pontos inferior ao informado um ano antes. Esta é a primeira
vez desde o início da série da pesquisa que os empresários mostram insatisfação
com a margem de lucro. Ao mesmo tempo, a situação financeira é considerada
satisfatória entre os empresários (50,8). A pontuação, porém, é a menor da
série iniciada no fim de 2009. A piora na avaliação foi mais sentida entre as
grandes empresas.

MÃO DE OBRA. Conforme o levantamento, o alto custo da mão de obra se mostrou
um problema cada vez mais crescente entre os empresários do setor. O item foi
assinalado na pesquisa por 31% dos empresários, ante 27,4% no quarto trimestre
de 2010. A preocupação dos empresários com relação ao alto custo da
matéria-prima também aumentou, passando de 10,9% para 13,7% no mesmo intervalo.
Por outro lado, a falta de matéria-prima, que chegou a ser citada por 11,5% dos
empresários no terceiro trimestre de 2010, agora foi citada por apenas 3,5% do
entrevistados.

Entre os principais problemas da construção
civil
, o item que mais cresceu no trimestre foi condições climáticas,
que passou de 22,6% para 36,4%. Segundo a CNI, esse item tende a crescer nos
primeiros trimestres do ano por questões sazonais.

A falta de trabalhadores qualificados continua sendo o item mais lembrado
entre as empresas (65,8%), seguido por carga tributária, citado por 42,6% dos
entrevistados.

A CNI destaca ainda a forte elevação do item inadimplência dos clientes
entre as grandes empresas, que foi lembrado por 26% dos empresários. No quarto
trimestre, esse item estava em 12,5%.

Para fazer a pesquisa, a CNI entrevistou 398 empresas, sendo 189 pequenas,
156 médias e 53 grandes, entre os dias 31 de março e 14 de abril de 2011.


"Cbic"

 

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