
AGÊNCIA CBIC
Copom eleva Selic a 15% e prolonga cenário de juros altos

A taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, foi elevada a 15%, o maior patamar em quase 20 anos. O aumento de 0,25% foi aprovado, por unanimidade, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) dessa quarta-feira (18/06), em Brasília. A medida é uma tentativa do governo federal de conter a inflação e ser mais conversador diante do cenário internacional.
Os juros altos seguem como o principal entrave ao desenvolvimento do setor, segunda a economista-chefe da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, “Seguimos enfrentando o problema do custo do crédito. Em segundo lugar, vem a carga tributária, e em terceiro, a escassez de mão de obra. Além disso, nosso custo voltou a crescer acima da inflação oficial do país”, destacou, durante a última divulgação dos indicadores econômicos da construção, em maio.
Essa é a sétima vez que a taxa Selic é elevada desde setembro do ano passado, e está em seu maior nível desde agosto de 2006. O nome Selic vem do Sistema Especial de Liquidação e Custódia, onde são negociados os títulos da dívida pública do governo federal. Essa taxa serve como referência para todas as outras taxas de juros do país, como as cobradas em empréstimos, financiamentos e no cartão de crédito, por exemplo.
O Copom se reúne a cada 45 dias para definir a Selic com base nas expectativas de inflação, atividade econômica e no cenário global. Quando os juros sobem, o crédito fica mais caro, o consumo desacelera e, com isso, há um efeito de contenção sobre os preços. Por outro lado, essa política também pode frear o crescimento econômico e reduzir a geração de empregos.
A expectativa do mercado é de que, no segundo semestre, haja espaço para recuo gradual da Selic, desde que o controle da inflação seja mantido e a conjuntura internacional se estabilize.