Estado de Minas
Construções inteligentes
Casas que contam com controle da quantidade de calor que entra e sai pelas janelas térmicas, que apagam e acendem as luzes por meio de um detector de presença, e, até mesmo, que captam as vibrações dos passos e as convertem em energia elétrica. As invenções japonesas podem estar longe da atual realidade do Brasil, mas apontam para um futuro nacional não tão distante assim. Ainda que as necessidades por aqui estejam muito mais ligadas à estrutura do que ao luxo, a tecnologia se faz cada vez mais necessária e presente no mercado de construção. A introdução de novas técnicas à construção civil está bastante ligada à oferta de vantagens competitivas de mercado e à primordialidade de apresentar novidades a um público cada vez mais exigente. A primeira década do século 21 marcou o início de uma nova era no Brasil, principalmente, no segmento do mercado imobiliário. Grandes projetos governamentais, como o Minha Casa, Minha Vida, determinaram o surgimento de importantes áreas de negócio que favoreceram as populações mais carentes, e, consequentemente, toda a sociedade. Os pensamentos que ditam o avanço do governo brasileiro nas ações sociais contribuem para o crescimento acelerado da qualidade de vida e para o desenvolvimento da população.
A esperança é de que o projeto brasileiro siga o sucesso do empreendimento americano intitulado "Uma casa para cada cidadão norte-americano", criado pelo presidente Bill Clinton, na década de 90, e que resultou em uma impulsão do mercado imobiliário no país. Por aqui, não existem dúvidas de que os acabamentos serão o fator predominante na escolha da compra do cliente. Aspectos como a insonorização, que pressupõe investimento em paredes duplas com interior em materiais bloqueadores de ruído; calhas em alumínio reforçado, que mantenham a temperatura ambiente; e estações de tratamento de águas residuais em condomínios, substituindo as fossas sépticas, já são realidade. As energias renováveis serão a âncora de um Brasil cada vez mais amigo do verde e do sustentável, a exemplo do que já constatamos com os painéis solares.
A convergência de investimentos em alternativas sustentáveis começa a ser percebida também em obras públicas e privadas. As perspectivas apontam para construções adaptadas para a preservação do meio ambiente. Casas anfíbias que flutuam durante enchentes, bioconcreto capaz de usar bactérias para inibir e combater rachaduras e asfalto vegetal para estradas de terra podem ser os próximos passos nesse promissor cenário.
Tecnologia, investimento e demanda mercadológica caminham para um futuro inteligente. A evolução dos aspectos estruturais, do planejamento e do acabamento reflete a sensibilidade do mercado para as necessidades dos clientes e do meio ambiente. O desafio está lançado e agora esperamos que a campainha movida à energia solar instalada na porta de madeira de reflorestamento não tarde a tocar.
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