Construção lança seguro para pós-venda de imóveis

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Construção lança seguro para pós-venda de imóveis

Ao receber o imóvel adquirido, o consumidor terá garantia na infraestrutura, na fachada e na impermeabilização por dez anos. Isso é o Seguro de Desempenho, apresentado ontem em reunião fechada entre a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), cerca de 20 associados do Sindicado da Indústria da Construção do Ceará (Sinduscon-CE) e a Essor Seguros. A reunião aconteceu no 85º Encontro Nacional da Construção (Enic), que segue até hoje no Centro de Eventos.

O custo dessa garantia poderá ou não ser repassado ao consumidor, a depender da estratégia de marketing da construtora e da demanda do mercado, ressalta o Conselheiro Consultivo do Sinduscon-CE, José Carlos Gama, que participou da reunião. "O Seguro de Desempenho é muito comum na Europa há vinte anos", destacou e revelou que o prazo previsto da garantia é de dez anos. "Se acontecer algo, o problema será resolvido de imediato, para depois apontar o responsável, detalha o conselheiro", disse. O produto tem a chancela da CBIC.

Os custos serão apresentados ao mercado no começo de novembro. O representante do Sinduscon-CE informa que estiveram presentes na reunião, entre outras construturas, a Placic, Santo Amaro, Colmeia, Fibra Engenharia, CRB Incorporações e Marquise. O Seguro Garantia de Entrega de Obras, que assegura o cumprimento do prazo da obra, já figura no mercado. Conforme Gama, também interessa aos dois lados.

Futuro da construção

No Enic, o setor debate gargalos que impedem seu desenvolvimento. No evento, em entrevista ao O POVO , o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, afirmou que em cerca de dois meses a entidade entrará na fase de elaboração de proposições para superá-los. Hoje, a construção está em fase de diagnóstico desses gargalos. Dentre eles estão mudanças nos planos diretores das cidades; falta de clareza para concessões de licenças e mercado cativo dos cartórios. A conclusão veio a partir de entrevistas com empresas e instituições do setor, com análise da Booz & Company.

A pesquisa foi apresentada por Jorge Gergau, presidente do Conselho de Administração da Gerdau, em painel realizado na manhã de ontem no Enic. "O consumidor precisa saber que a burocracia custa 20%, 30%. Esse custo é pago por ele". Ele afirma que o Brasil não discute estratégia, necessário para o desenvolvimento do País. "O Brasil ainda se comporta como um país de 30 milhões de habitantes que fica feliz porque consegue pagar as contas".