Jornal Estado de Minas/BR – 26/05/2011
construção eficiente
Antes associada a projetos de baixa qualidade, a alvenaria estrutural
está bastante difundida no Brasil e tem, entre outras vantagens, redução de
custos nos canteiros
Celina Aquino
Do popular ao alto luxo. Com a economia aquecida e o consequente crescimento
do setor da construção civil, não há mais barreiras para a utilização da
alvenaria estrutural. Antes associado, erroneamente, a apenas projetos de baixa
qualidade, o método construtivo é hoje o mais difundido em todo o Brasil. Entre
as vantagens, estão a redução de custos, do tempo de execução da obra e do
desperdício de material.
A alvenaria estrutural não é nenhuma novidade. Pelo contrário, é o método de
construção mais antigo que a humanidade conhece. O conceito é bem simples: são
blocos pré-dimensionados, de cerâmica ou concreto, que se encaixam de cima a
baixo. Diferentemente do sistema convencional, na alvenaria são as próprias
paredes que formam toda a base de sustentação da edificação. Não é necessário
construir viga nem pilar.
O boom da alvenaria estrutural se dá no fim do século 19, depois da
inauguração do Monadnock Building, em Chicago, nos Estados Unidos. "Foi um
marco para pensar em construir um prédio inteiro assim", esclarece a
arquiteta Priscila Moreira. Ela conta que as paredes do térreo do edifício
norte-americano têm, em média, 1,50m de espessura. Hoje, é possível construir
um prédio de 20 andares com paredes de 20cm e a tendência é que elas fiquem
cada vez mais finas. O primeiro edifício projetado a partir desse método no
Brasil, já nos anos 1970, está em São Paulo.
A arquiteta ressalta que não há nenhuma diferença estética entre uma
construção de alvenaria estrutural e outra erguida convencionalmente.
"Você olha para a parede e não consegue dizer se ela é de gesso, concreto
ou alvenaria. O acabamento é o mesmo", esclarece Priscila. "A
aparência é exatamente igual. Talvez você sinta a diferença porque uma tem cor
de barro e a outra é cinza como o concreto. Mas, depois do acabamento, não dá
mais para perceber isso", opina, também, a gerente de projetos da
Direcional Engenharia, Ana Cláudia Cotta.
beto magalhães/em/d.a press
Ana
Cláudia Cotta, da Direcional Engenharia, afirma que as edificações são muito
estáveis e não há qualquer ressalva em relação à segurança |