Jornal Correio Braziliense/BR – 04/06/2011
construção comanda alta
CONJUNTURA
Segmento cresce 9,2% nos últimos 12 meses, acima dos 7,4% do setor
industrial e puxa desenvolvimento produtivo do país
VERA BATISTA
LARISSA GARCIA
ESPECIAL PARA O CORREIO
A construção civil cresceu
9,2% nos 12 meses encerrados no primeiro trimestre de 2011 e se consolidou como
carro-chefe do desenvolvimento do setor industrial. O segmento avançou mais do
que o conjunto da indústria, que, no mesmo período, registrou alta de 7,4%,
movimentando R$ 208,5 bilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Apesar de expressivo, o desempenho foi considerado modesto
pelo empresário Luiz Henrique Rimes, diretor nacional de Negócios da João
Fortes Engenharia.
"Achei até abaixo das expectativas. Vale ressaltar que os dados de 2011
refletem a realidade de pelo menos dois anos passados. São obras que iniciaram
em 2009 e 2010 em momentos excepcionais", ressaltou. A indústria cresceu
3,5% no primeiro trimestre de 2011 na comparação com os últimos três meses de
2010. A construção civil, por
sua vez, teve expansão de 5,2%. "Este ano vamos crescer ainda mais",
previu Rimes. Ele justificou o otimismo em função da procura pelos serviços de
construção, que continua elevada por causa do crescimento da massa salarial e
da concessão de crédito.
Na planta
O diretor-presidente da construtora Faenge, Leonardo Ávila, aproveita o bom
momento para aumentar a oferta de unidades disponíveis no setor. "Por
enquanto, as vendas estão bem melhores que em 2010. Espero que continuem
assim", torceu. A empresa tem empreendimentos em Águas Claras, no
Sudoeste, no Lago Norte e no Noroeste. "Recomendo investimentos
imobiliários, principalmente na planta. A valorização nos últimos três anos
ficou acima de 20%. É um ótimo negócio, com um retorno altíssimo."
Nem mesmo o impacto da valorização do real em relação ao dólar vai
atrapalhar a construção civil,
na avaliação de Julio Pina, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Brasil
Brokers. "Raros insumos foram afetados.
O impacto do câmbio foi bem absorvido e as taxas continuam competitivas e
atraentes para o usuário. Em 2011, continuaremos crescendo acima do PIB
nacional", observou. Pina previu que, este ano, o volume total de vendas
deve ficar até 12% maior do que o registrado em 2010.
Robustez
Diversos fatores vão contribuir para um resultado mais robusto da construção civil em 2011. Os
investimentos em infraestrutura poderão causar leve alta nos materiais de construção. "Boa
parte desses bilhões de reais previstos serão para tijolos e cimento",
sublinhou Luiz Henrique Rimes, diretor da João Fortes Engenharia. A inflação,
porém, será compensada pelo incremento da renda. "Mesmo que o imóvel fique
mais caro, a população terá mais recursos disponíveis para comprá-lo",
explicou.
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