
AGÊNCIA CBIC
11/10/2011
Construção civil reduz previsão de crescimento
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11/10/2011 :: Edição 195 |
Jornal Diário do Comércio – MG/MG 11/10/2011
Construção civil reduz previsão de crescimento Projeção da Cbic para 2011 diminui de 6% para 4%.Mercado imobiliário desacelera a construção
A desaceleração no ritmo de crescimento do mercado imobiliário ao longo deste ano obrigou a indústria da construção civil a rever as estimativas de resultados para 2011. O segmento esperava um aumento de 6%, mas não deverá atingir 4%, ficando no mesmo patamar da indústria geral e do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
A análise é do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), Paulo Safady Simão. De acordo com ele, 2011 é um "ano de ajustes", já que houve uma queda na compra de imóveis em todos os níveis, "reflexo do atual momento que o país está vivendo", afirmou o empresário.
Segundo Simão, as obras públicas previstas não aconteceram. "O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ficou praticamente parado", declarou. Assim como a segunda fase do programa habitacional do governo federal, "Minha casa, minha vida" (MCMV).
"A primeira fase foi boa, mas a segunda está parada desde o início do ano. Só na semana passada uma portaria com os ajustes necessários para o andamento do programa foi publicada. O ano está começando em outubro, o que indica que o "Minha casa, minha vida" não trará grandes reflexos para o setor em 2011", disse.
Além disso, ele citou os juros altos, o contingenciamento dos gastos por parte do governo, inclusive de investimentos públicos, e o agravamento da crise internacional como as principais causas da queda na demanda do setor da construção civil. Por outro lado, o crédito imobiliário não foi afetado. "Crédito não foi o caso, já que o financiamento imobiliário não falta. Mas houve uma redução do crédito pessoal, que de certa forma reflete negativamente", ressaltou.
No momento, segundo o presidente da Cbic, o setor passa por uma movimento de "acomodação", já que os altos preços que vinha sendo cobrados por imóveis nos grandes centros urbanos começaram a cair.
Para 2012, segundo ele, ainda não é possível fazer apostas. No entanto, Simão acredita que a retomada do MCMV e dos investimentos públicos em infraestrutura (PAC 2), vão impulsionar a construção civil no próximo ano. "Mas a gente não sabe o que vai acontecer lá fora, já que a expectativa de a crise se acentuar é grande", observou. Atualmente o déficit habitacional brasileiro está em cerca de 5 milhões de moradias.
Para o presidente da Cbic, Paulo Safady Simão, 2011 é um "ano de ajustes"
Projetos – Por outro lado, o presidente da Cbic disse que vários projetos vêm sendo foram elaborados, como o "Sanear é viver", que a entidade apresentou ao governo federal no início desse ano e que prevê investimentos de R$ 18,3 bilhões nas companhias de saneamento estaduais e municipais ao ano. "Esse programa pretende resolver o problema da falta de saneamento básico no Brasil até 2025, principalmente do esgoto", disse.
Do total de investimentos previstos, R$ 10,9 bilhões anuais seriam direcionados para o esgotamento sanitário. Já o abastecimento de água receberia aportes de R$ 7,4 bilhões anuais, conforme estimativas da Cbic.
Para alcançar a meta, a entidade propõe uma série de medidas para fomentar os investimentos em saneamento básico. Entre elas está a criação de um fundo federal para subsidiar integralmente a criação de planos regionais de saneamento. As regiões, conforme a proposta, seriam divididas conforme a bacia hidrográfica.
Os planos regionais atenderão a um termo de referência que deverá considerar a captação e tratamento de água, coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana, coleta e destinação de resíduos sólidos, entre outros.
Além disso, o projeto prevê a participação do setor privado nos investimentos em saneamento básico no país nos próximos anos por meio de parcerias público-privadas (PPPs).
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