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AGÊNCIA CBIC

09/11/2015

Construção atrai startups 3D

Comissão  de  Materiais,  Tecnologia  e  Qualidade  da  CBIC acompanha desenvolvimento dessas empresas

A  Câmara  Brasileira  da  Indústria  da  Construção  (CBIC)  está  acompanhando, em parceria com o Senai Nacional (Projeto Tendências de Gestão, Tecnologia e Inovação  da  Construção),  a  criação  de  startups  3D  no  setor  da  construção, dedicadas à melhoria da qualidade de vida da população nos centros urbanos. As propostas de duas delas, a Urban 3D  e a Inova House, foram apresentadas na reunião da Comissão de Materiais, Tecnologia e Qualidade (Comat) da CBIC no  último  mês  de  outubro,  em  Brasília,  a  empresários  e  técnicos  ligados  à temática   da   inovação.   Inovadoras,   essas   empresas   são   formadas   por empreendedores à procura de um modelo de negócios repetível e escalável com  foco em uma solução para a questão da moradia social no País. A impressão 3D é um processo limpo. Só utiliza o material que vai ser impresso e solidificado A tecnologia consiste em mecanizar e automatizar o pr
ocesso da construção civil.

A  Urban  3D,  fundada  pela  paulistana  Anielle  Guedes, 23  anos,  tem  como objetivo oferecer, em parceria com governos, prefeituras e empresas privadas, habitação  sustentável  não  apenas  nos  centros  urbanos,  mas,  também,  em lugares   onde   a   urbanização   ainda   não   chegou.   A empresa   desenvolve tecnologia  de  impressão  3D  para  construir  moradias de  baixo  custo.  A  ideia surgiu  quando  morou  no  campo  da  NASA  (National  Aeronautics  and  Space Administration),   na   Califórnia,   e   precisou   elaborar trabalho   para   o   seu programa de estudos, e foi reforçada quando trabalhou no IDDS (International Development   Design   Summit),   onde,   juntamente   com   engenheiros   e pesquisadores  do  mundo  inteiro,  morou  em  cinco  favelas  e  comunidades brasileiras  com  o  objetivo  de  desenvolver  soluções para  as  pessoas.  Física  e economista,  a  empreendora  é  também  membro  do  Comitê Gestor da  Norma Técnica  de  Resíduos  Sólidos  da  ABNT.  Seu  objetivo  é colocar  de  pé  casas impressas  em  3D.  A  prática  já  ocorre  na  China,  com algumas  amostras  de casas construídas pelo processo. 

“É   possível   construir   moradias   de   baixo   custo   aliando   desenvolvimento tecnológico  e  sustentabilidade”,  defende  Anielle  Guedes.  Para  dar  certo,  no entanto,  é  necessário  regulação  e  interesse  dos stakeholders  e das indústrias em adotar a tecnologia. “A expectativa é ter piloto s de atuação da tecnologia de impressão 3D no mercado brasileiro já em 2016. Massivamente para atuar em quase todos os lugares, cerca de sete anos”, acredita.  

No que se refere ao Minha Casa Minha Vida (MCMV), a paulistana destacou que a  impressora  3D  está  sendo  criada  para  trabalhar  com  a  moradia  social,  que precisa  ser  feita  de  forma  mais  rápida,  eficiente  e   barata.  “É  preciso  ter políticas  urbanas,  não  só  a  tecnologia  de  construção.  Mas  hoje,  a  empresa consegue  melhorar  a  eficiência  do  processo  em  pelo menos  quatro  vezes  e fazendo isso de forma 30% mais barata. A ideia é fazer a construção civil com 1/10 do  tempo e  1/10 do  custo.  Assim  conseguiremos atender a demanda de moradia social que temos no Brasil”, reforça. 

REDUÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS

O  debate  também  contou  com  a  participação  de  representantes  da  startup Inova  House  3D,  de  Brasília,  Juliana  Martinelli  (CEO)  e  Bruna  Figueiredo (Desenvolvimento  de  Material),  estudantes  de  Engenharia  Elétrica  e  Civil  da  Universidade de Brasília (UnB), respectivamente. A empresa promete inovação e sustentabilidade na construção civil, por meio da  tecnologia de impressão 3D e  com  um  processo  construtivo  inovador,  sustentável  e  ágil,  tornando  mais acessível a moradia de baixa renda no Distrito Federal. Ao participar da reunião da Comat/CBIC, Juliana Martinelli CEO e a idealizadora da startup, destacou a “importância  de  se  trabalhar  em  parceria  com  a  indústria  da  construção  civil para  melhorar  a  questão  da automatização  no processo  construtivo  como  um todo, diminuindo os impactos ambientais causados pela construção. O processo sugerido é baseado na técnica da impressão 3D. A partir de programas de CAD, a  casa  será  desenhada  tridimensionalmente.  E  com  a utilização  de  softwares específicos para impressão 3D, esse modelo será reproduzido em tamanho real.

“A impressão de casa utilizando a tecnologia 3D é um processo a longo prazo, então  a  gente  tem  que  trabalhar  no  material,  na  tecnologia”,  diz.  A  Inova House  trabalha  em  um  projeto  intermediário,  onde  trata  de  algumas  outras dificuldades  que  a  indústria  tem”,  destaca  Juliana Martinelli.  A  ideia  surgiu quando seu pai, militar, serviu em 2014 no Haiti, país que sofreu terremotos, e descobriu que uma empresa na China estava construindo 10 casas em um dia, pela  tecnologia  da  impressora  3D,  utilizando  concreto,  recicláveis  e  o  próprio entulho  gerado  pela  construção.  A  empresa  conta  com   apoio  institucional  da CBIC,  do  Senai  Nacional,  da  UnB  e  da  ABNT  para  atender  ao  processo construtivo.  A  expectativa  é  de  que  a  primeira  casa esteja  pronta  em  cinco anos utilizando essa tecnologia.  

O  presidente  da  Comat/CBIC,  Dionyzio  Klavdianos,  considera  boa  a inovação, principalmente  vindo de pessoas  tão  novas,  movidas pelo  empreendedorismo. “Apesar de no mundo o processo ainda estar no começo, as startups são bem vindas.  Tudo  que  envolve  inovação  na  construção  é  muito  bom”,  ressalta Klavdianos.  Além  disso,  “a  ideia  de  reduzir  o  custo da  construção  de  uma moradia em 80% é muito boa”, reforça. Para Klavdian os, a preocupação social da  empreendedora  Anielle  Guedes,  talvez  maior  autor idade brasileira  em construção  utilizando  impressão  em  3D,  e  seus  desafios  são  similares  aos enfrentados  há  10  anos  pelo  professor  Behrokh  Khoshnevis,  da  University  of South  Califórnia,  que  em  setembro  deste  ano  apresentou  o  tema  durante palestra  da  Comissão  de  Materiais  da  CBIC  no  87°  Encontro  da  indústria  da construção   civil   (Enic),   em   Salvador.   Apenas   agora Khoshnevis   obteve autorização  da  universidade  para  montar  a  startup  e  ter  de  fato  meios  para também construir habitações utilizando impressora 3D.

Para Dionyzio, o avanço dessas startups deve ser acompanhado pela entidade. O assunto que desperta o interesse de todos os envolvidos no processo já está previsto  para  entrar  na  pauta  dos  trabalhos  da  Comat/CBIC  no  88º  Encontro Nacional  da  Indústria  da  Construção  (Enic),  maior e vento  do  setor,  que  será realizado  em  maio  de  2016  em  Foz  no  Iguaçu,  no  Paraná.  No  momento,  as startups buscam interessados em financiar seus projetos. 

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