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AGÊNCIA CBIC

15/05/2013

Competitividade depende de estímulo à inovação

"Cbic"
15/05/2013

Valor Econômico

Competitividade depende de estímulo à inovação

Um grupo de seis estudantes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo criou um sistema para gerenciar filas de espera. Por meio de um tablet, o sistema avisa o cliente de qualquer serviço que a vez dele na fila está chegando. O lugar na fila também pode ser acompanhado pelo smartphone. O sistema interessou uma rede de restaurantes, mas os rapazes sabem que o mercado potencial é muito maior. Pode ser usado em hospitais e até bancos, desde que tenha a infraestrutura adequada. Os estudantes da Poli sabem o que precisa ser feito tecnicamente para chegarem a um software mais sofisticado. Isso não é problema. O problema é como conseguir o dinheiro necessário para investir no desenvolvimento do produto.
Os governos federal e estadual possuem alguns programas de financiamento de tecnologia para empresas nascentes como a dos estudantes da Poli, mas todos padecem de falhas cruciais. Um deles exige que a empresa tenha um ano de existência quando apresentar a proposta e demora pelo menos nove meses para analisar o projeto. Outro só tem duas janelas no ano para inscrição. Com essas limitações, são inadequados para pequenas empresas de tecnologia, em que o timing é fundamental para o sucesso. Outro problema é o prazo de financiamento, normalmente curto para desenvolvimento e pesquisa.
A experiência dos estudantes da Poli registrada pelo Valor (10/5) retrata as dificuldades que as empresas, especialmente as pequenas e as mais novas, as startups, têm para conseguir recursos para investir em tecnologia. E certamente explica por que é difícil investir em inovação tecnológica, problema que está no cerne da falta de competitividade da indústria brasileira.
O Brasil investe R$ 50 bilhões ao ano em inovação, ou 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), dos quais 60% são recursos do governo, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O país está à frente dos pares latino-americanos, mas ainda distante dos países da OCDE, que investem 2,4% do PIB em média em inovação. O Japão e a Coreia do Sul investem três vezes mais, 3,36% e 3,74% do PIB, respectivamente, e os Estados Unidos, 2,9%.
A intenção do governo brasileiro é dobrar esse número para 2% do PIB, para que a inovação tecnológica ajude a superar a falta de produtividade da economia, um dos maiores entraves do crescimento. Com esse objetivo foi lançado, em março, o Plano Inova Empresa, que envolve investimentos de R$ 32,9 bilhões. Boa parte desses recursos já estava alocada para os investimentos em ciência, tecnologia e inovação. Do total, R$ 20,9 bilhões são linhas de financiamento subsidiado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Há também R$ 4,2 bilhões para empréstimos a fundo perdido para centros de pesquisa de empresas. Empresas ligadas ao desenvolvimento tecnológico poderão contar ainda com R$ 1,2 bilhão em subvenções e R$ 2,2 bilhões em participação governamental. Outros R$ 4,4 bilhões virão das agências reguladoras dos setores de petróleo e energia, açúcar e álcool e do Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Sebrae), que têm programas de apoio à inovação.
A disponibilidade de recursos não significa que todos os problemas estão resolvidos. Acabar com a burocracia para chegar até o dinheiro e viabilizar as garantias exigidas são alguns dos principais entraves, como mostrou a experiência dos estudantes da Poli, e o desafio da Finep, responsável pela implementação do programa.
Mas a principal novidade do Brasil Inova é a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que vai centralizar a gestão dos recursos e mecanismos de acesso, além de promover o casamento entre instituições públicas de pesquisa e inovação e as empresas privadas.
Há especialistas que afirmam até mesmo que o problema não é a disponibilidade de recursos, e sim a ausência de interface das universidades e pesquisadores brasileiros com as empresas e seus projetos de pesquisa e desenvolvimento, como escreveu em artigo publicado no Valor (10/5) Claudio Frischtak e dois colaboradores. Não se discute se o projeto que está pleiteando verba tem potencial de mercado, vai reduzir custos, gerar renda ou aumentar a produtividade. O Brasil avançou na quantidade de artigos científicos publicados em revistas especializadas, mas não em inovação, como mostram as patentes registradas internacionalmente. "O Brasil está fazendo ciência quando deveria estar fazendo tecnologia", disse o ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso.

 
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