
AGÊNCIA CBIC
COIC promove a valorização da engenharia em parceria com o SESI

A Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou nesta quarta-feira (24) a 12ª Reunião Ordinária do Grupo de Trabalho (GT) de Valorização da Engenharia. Durante o encontro foram apresentadas as perspectivas da formação em engenharia no país, projetos de iniciação científica do SESI CIC, além também da pesquisa proposta do perfil do novo engenheiro e a atração dos jovens na engenharia.
Abrindo o encontro, o vice-presidente da COIC, Ilso Oliveira, falou da importância do GT no que se refere à engenharia no país.
“Nós temos aqui um grupo dedicado e que trabalha muito e é um grupo de voluntariado. Então eu acho que isso engrandece ainda mais a atitude de cada um de nós aqui, no sentido de fazer um esforço para que a gente tenha uma engenharia mais valorizada, que a gente tenha um país melhor e os jovens tendo mais informação para que possam escolher melhor as suas futuras profissões”, afirmou Ilso Oliveira.
Trazendo um panorama sobre formação em engenharia no Brasil, o membro do GT, Vanderli Fava, apresentou importantes tendências e desafios enfrentados pelo setor educacional na área de engenharia.
De acordo com dados recentes do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Brasil conta com 5.700 cursos de engenharia em atividade, sendo 30% públicos e 70% privados.
“Uma mudança significativa observada é a crescente adoção da modalidade de ensino a distância, com muitos cursos presenciais sendo extintos. Entretanto, há muita controvérsia em relação à qualidade. Tem cursos de boa qualidade, mas pelos dados que temos do Enade, a maioria não vai bem”, pontuou.
A evasão também é um ponto crítico, com taxas que chegam a quase 70%. “A economia vai bem ou mal, cresce a evasão. Agora está entrando numa linha de retorno, que parece que vai parar de piorar”, analisou Fava. Ele ressaltou que a qualidade dos ingressantes também é preocupante, com muitos alunos apresentando dificuldades em habilidades básicas, como leitura e matemática.
Em comparação internacional, o Brasil apresenta um número relativamente baixo de graduados em engenharia em relação a outros países. “O Brasil em 2020 teve 9,21% dos seus diplomados em engenharia, enquanto a Rússia, por exemplo, considera o técnico como engenheiro, o que inflaciona seus números”, comparou Fava.
Fava concluiu sua apresentação enfatizando a necessidade de uma análise crítica e detalhada dos dados disponíveis para entender melhor a formação em engenharia no Brasil e suas implicações para o mercado de trabalho.
Perfil do Novo Engenheiro – Indo ao encontro dos dados apresentados por Fava, foi apresentada a intenção de se realizar uma pesquisa, destacando seus objetivos e a metodologia proposta, com a coleta de dados em curso, conduzida pelas entidades precursoras Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Associação dos Associação Sul Catarinense de Engenheiros e Arquitetos (ASCEA) e Universidade Federal do Paraná (UFPR), com o apoio da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME). O estudo busca entender o perfil atual dos engenheiros e as demandas das empresas que contratam esses profissionais.
“A gente queria alguns parâmetros mais atuais, por isso tivemos a ideia de também fazer um questionário para assim termos uma noção de como está a situação da engenharia do país”, explicou Franciele Burato, uma das responsáveis pela pesquisa. Segundo ela, o diagnóstico foi aplicado tanto a profissionais já atuantes quanto a empresários do setor, para obter uma visão abrangente das necessidades e expectativas de ambos os lados.
Os questionários foram distribuídos em diversos eventos, cursos e palestras, atingindo uma ampla gama de participantes. “Vamos poder comparar desde os estudantes do ensino fundamental até o superior. Então acho que é válido”, ressaltou Franciele.
O professor João Aureliano, representante da UEMA, destacou que, além de mapear a situação atual, a pesquisa visa propor melhorias. “Não queremos só apontar a situação como está, mas a gente também quer dar algumas ideias de como melhorar isso”, destacou. A partir da visão dos empresários e dos profissionais experientes, serão apresentadas sugestões para aprimorar a formação e atuação dos engenheiros.
A pesquisa utiliza diversos materiais de referência, incluindo vídeos e outros estudos, para enriquecer o conteúdo e fornecer uma base sólida para as recomendações. “Todos os números que a gente pode tá pegando, buscando trazer conteúdo sobre engenharia”, concluiu Aureliano.
Participe da pesquisa acessando o formulário:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSffGMmZ-kaZ_ziqm2Uq_MnySSaiLpQPcEqYvBcQMXpYXqqApw/viewform
Descobrindo a Engenharia com SESI CIC – A reunião também contou com a participação dos estudantes Bruna Araújo e Rafael Damasceno, do SESI CIC, que apresentaram um projeto de iniciação científica com foco em sustentabilidade e inovação na engenharia, coordenados pelas professoras Greice Souza e Solange Coltro. O projeto, desenvolvido pelos alunos do ensino médio, visa a criação de um isolante térmico utilizando materiais recicláveis, como a palha de pinus e isopor.
“O nosso objetivo é conseguir a resistência térmica e a passagem de calor entre os materiais”, explicou Rafael. Ele destacou que a escolha dos materiais se deu pela abundância e pelo descarte inadequado deles, o que acaba prejudicando o meio ambiente. “Misturamos dois materiais que são incorretamente descartados e conseguimos transformar isso em algo benéfico para o meio ambiente e para a sociedade”, completou Bruna.
O isolante térmico desenvolvido pelos estudantes pode ser utilizado na construção civil, proporcionando uma melhoria significativa no conforto térmico de residências com infraestrutura inadequada. “Ele é fácil de manusear e tem a melhoria significativa no conforto térmico”, disse Bruna. Além disso, o projeto promove práticas de economia circular ao reutilizar materiais que seriam descartados de forma inadequada.
A pesquisa envolveu diversos testes de condutividade térmica e durabilidade, comprovando a eficiência do material desenvolvido. “A engenharia química entra muito nesse conceito, além da transformação em matéria-prima”, afirmou Rafael, ressaltando a importância da interdisciplinaridade no desenvolvimento do projeto.
O projeto exposto apresentou interseção com o projeto da COIC e a Valorização da Engenharia, que promove o incentivo e a sensibilização sobre as perspectivas da engenharia desde a educação básica. A iniciativa do SESI CIC exemplificou como a engenharia pode ser integrada ao currículo escolar, despertando o interesse dos jovens pela área e alinhando-se com os objetivos da COIC de fomentar a educação e a inovação tecnológica desde cedo.
Construa Minas – Ao final da reunião foi apresentada a programação da COIC dentro do Construa Minas, que acontece entre os dias 19 e 23 de agosto, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Além da visita programada ao Centro de Tecnologia e Inovação (CIT) do SENAI no dia 21, a Comissão terá uma manhã de debates no dia 23, que será dividida em três tempos para trazer os temas principais da COIC: Gestão Compartilhada, Inovação e Planos de Investimentos.
A programação do Seminário Técnico terá início às 9h00, com a abertura oficial e as boas-vindas dos representantes do SESI, marcando o início de um dia repleto de insights e discussões estratégicas.
Acompanhe a programação do Construa Minas acessando: https://www.construaminas.com.br/
O tema tem interface com o projeto “Sustentabilidade das Empresas do Segmento de Obras Industriais e Corporativas“, da Comissão de Obras Industriais (COIC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com a correalização do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).