
AGÊNCIA CBIC
23/03/2012
Brasil deixou de priorizar o saneamento básico em 20 anos
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23/03/2012 :: Edição 283 |
O Povo – Últimas/CE 23/03/2012
Brasil deixou de priorizar o saneamento básico em 20 anos
Pesquisa divulgada pela Fundação SOS Mata Atlântica, com dados coletados entre janeiro de 2011 e março deste ano em 49 rios de 11 estados brasileiros, mostra que de 20 anos para cá, o País deixou de priorizar o saneamento básico. Foi o que declarou a coordenadora do programa Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro. O levantamento, resultante do projeto itinerante A Mata Atlântica é Aqui, constatou que nenhum dos 49 rios analisados alcançou a soma de pontos necessária para os níveis bom ou ótimo.
Dos cursos hídricos analisados, 75,5% obtiveram classificação regular e 24,5%, o nível ruim. "A falta de saneamento básico é que resulta nesses índices tristes para o cenário nacional", declarou ela. Os melhores resultados, todos com 33 pontos, portanto dentro da classificação regular, foram encontrados nos rios Santa Maria da Vitória, em Vitória (ES); Paraíba do Sul, em Resende (RJ); Camboriú, em Balneário Camboriú (SC); Bica da Marina, em Angra dos Reis (RJ); e o arroio Jupira, em Foz do Iguaçu (PR). Em contrapartida, os piores resultados foram apresentados pelos rios Criciúma, em Criciúma (SC), com 23 pontos, e Itapicuru Mirim, em Jacobina (BA), com 24 pontos.
Malu avaliou que a situação hoje é muito diferente da que ocorria no Brasil antes da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92. Lembrou que àquela época, o grande vilão das águas era o setor industrial, com seus contaminantes químicos despejados diretamente nos rios. "Vencemos esse desafio. A iniciativa privada foi enquadrada, cumpriu legislação, investiu no tratamento dos efluentes. Quem não cumpriu a tarefa de casa, nestes últimos 20 anos, foram os municípios", declarou.
Segundo ela, existe uma deficiência na coleta e no tratamento de esgoto em quase todas as cidades do País. Mesmo em cidades pequenas, onde a SOS Mata Atlântica imaginava que havia uma boa condição ambiental, encontrou um outro contaminante, que é a erosão com desmatamento e os fertilizantes e insumos agrícolas. Para a Malu, a maior parte dos brasileiros considera surreal economizar água e não tem a preservação como uma de suas principais bandeiras. Outro problema, apontou, é a visão distorcida do que é desenvolvimento. (das agências de notícias)
ENTENDA A NOTÍCIA
Os níveis de pontuação adotados na pesquisa -divulgada ontem, Dia Mundial da Água – são compostos pelo Índice de Qualidade da Água (IQA), que é o padrão definido no País por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
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