
AGÊNCIA CBIC
24/02/2012
Belo Horizonte precisa de R$ 4 bilhões para moradias
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24/02/2012 :: Edição 274 |
Hoje em Dia – Online/MG 24/02/2012
Belo Horizonte precisa de R$ 4 bilhões para moradias Com investimento de R$ 650 milhões nos programas habitacionais, apenas um em cada 20 inscritos será contemplado.De 2009 até o fim de 2010, foram construídas 4.881 unidades habitacionais
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), em parceria com o governo federal, precisa investir R$ 4 bilhões para zerar o déficit habitacional da cidade. Porém, o gasto previsto para 2012 é de apenas R$ 650 milhões. A administração municipal informou que 62 mil famílias precisam de moradias adequadas. No entanto, 200 mil pessoas da capital se inscreveram no programa "Minha Casa, Minha Vida", que constrói casas e apartamentos para famílias de baixa renda. Mas apenas 10 mil serão contemplados neste ano.
A Prefeitura definiu as metas e os critérios para a concessão de unidades habitacionais a famílias de baixa renda cadastradas no "Minha Casa, Minha Vida". De cada 20 moradores à espera de um novo lar, um será contemplado. As regras para a escolha estão publicadas no Diário Oficial do Município. "As inscrições giram em torno de 200 mil. O déficit habitacional hoje é em torno de 62 mil unidades, gerado pelas necessidades de realocar a população devido às obras e também tem aquele proveniente da falta de unidade para a baixa renda", explicou o diretor presidente da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), Claudius Vinicius Leite Pereira. Segundo ele, muitas obras realizadas pela cidade provocaram a necessidade de retirar famílias das regiões atingidas e remanejá-las. Isso fez com que o déficit aumentasse.
Conforme divulgou o Hoje em Dia, no ano passado ele girava em torno de 57 mil unidades. Pereira informou ainda que o governo federal repassa R$ 57 mil para a construção de cada apartamento. "Mas o preço da terra em Belo Horizonte é muito alto. Aquilo que excede R$ 57 mil a Prefeitura aporta para complementar. O último estudo do município consta que deverá aportar R$ 8 mil por unidade para que seja viabilizada", explicou. O diretor presidente da Urbel informou que a verba extra é calculada pela Caixa Econômica Federal, sem o intermédio do construtor.
Com a oferta menor que a demanda, a solução foi elaborar critérios para a escolha dos beneficiários. Metade das unidades será destinada aos cadastrados do "Minha Casa, Minha Vida" que também se inscreveram no Orçamento Participativo da Habitação. Outros 30% irão para os demais cadastrados e 20% para moradores de áreas de risco. Estabelecidos os critérios, será feito sorteio. Porém, têm prioridade aqueles que estão há mais tempo na fila, bem como na capital mineira, e fazem parte de programas da política municipal de habitação. "Temos 1.470 unidades no Jardim Vitória. Outras em evolução no Paulo Sexto e vamos chegar a 10 mil neste ano", afirmou o secretário de Obras, Murilo Valadares. Para cumprir a meta, a Prefeitura precisa correr contra o tempo. Isto porque somente as unidades do Jardim Vitório, localizadas em terreno próximo a cidade de Sabará, estão avançadas. As demais ainda não ganharam corpo.
A meta da Prefeitura é zerar o déficit habitacional até 2030. Terá que conseguir do governo federal – e com aportes próprios – viabilizar R$ 4 bilhões, se o preço médio da unidade continuar a R$ 65 mil.
Se reeleito, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) terá que realizar no segundo mandato um esforço quatro vezes maior que o despendido no primeiro ciclo da gestão. Isto porque, segundo dados da própria Prefeitura, de 2009 até o fim do ano passado, a administração socialista construiu 4.881 unidades habitacionais.
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