
AGÊNCIA CBIC
11/06/2012
BC pode dar uma parada no corte dos juros
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11/06/2012:: Edição 335 |
Brasil Econômico/BR 11/06/2012
BC pode dar uma parada no corte dos juros Ata do Copom informa que decisões sobre a Selic, a taxa básica, serão feitas com parcimônia
O Banco Central decidiu esperar para ver o que vai acontecer com a economia nos próximos meses. Depois de sete cortes na taxa básica de juros, que está em 8,5% ao ano, ainda não houve resultados concretos no crescimento econômico, segundo avaliação do próprio BC.Em média, os efeitos de ações na política monetária demoram entre seis e nove meses para atingirem a economia real. A ordem agora é agir com parcimônia, segundo a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na semana passada.
De acordo com o documento, neste momento, há poucas chances de a inflação entrar em uma trajetória de alta e fechar acima da meta do ano, que é de 4,5% com a variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
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Cenário econômico interno e externo pode fazer com que inflação convirja para o centro da meta, que é de 4,5% ao ano
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A principal razão de uma inflação mais contida é a fragilidade da economia global. "Dados os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, qualquer movimento de flexibilização monetária adicional deve ser conduzido com parcimônia", informou o BC. A ata divulgada na semana passada foi a primeira amostrar o voto de cada um dos integrantes do Comitê. Eles foram unânimes ao optar pela redução da taxa de juros.
No documento, os diretores do Copom informaram que mantiveram a projeção de que não haverá reajuste nos preços da gasolina e do gás de botijão nos próximos meses. Com a alta do preço do petróleo no mercado internacional, os economistas consideravam a possibilidade de reajustes de preços. No caso das tarifas de telefonia fixa e de eletricidade, foram mantidas as estimativas de reajuste de 1,5% e de 1,3%, respectivamente.
Segundo o BC, o processo de redução dos juros foi favorecido, também, pelas mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito, bem como pela geração de superávits primários consistentes com a tendência decrescente da relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB). Esses fatores, diz a ata, "contribuem para que a economia apresente sólidos indicadores de solvência e liquidez".
Projeções O cenário econômico analisado pelos diretores do BC considera as hipóteses de manutenção da taxa de câmbio em R$ 2,05 e da taxa Selic em 9% ao ano.
Nesse contexto, avalia o Copom, a projeção para a inflação de 2012 diminuiu em relação ao percentual considerado na reunião de abril, e se encontra em torno do centro da meta, que é de 4,5%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país e é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 0,64% em abril. A inflação do mês passado ficou acima dos 0,21% registrados em março e dos 0,45% contabilizados em fevereiro. Em 12 meses, a inflação acumulada pelo IPCA chega a 5,1% em abril, resultado inferior aos 5,24% registrados em março. Em maio, segundo os dados mais recentes, já desacelerou para 0,36% OCopom avalia que a demanda doméstica tende a melhorar, especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão do crédito.
Esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política recentemente implementadas.
O BC, no entanto, pondera que iniciativas recentes reforçam um cenário de contenção das despesas do setor público.
Em relação ao mercado de trabalho, o Copom avalia que, embora a criação de novos postos de trabalho continue robusta na maior parte das empresas, há sinais de moderação.
O cenário internacional também tem contribuído para o controle dos preços no Brasil. "Eventos recentes indicam postergação de uma solução definitiva para a crise financeira europeia, e que continuam elevados os riscos associados ao processo de desalavancagem- de bancos, de famílias e de governos-emcurso nos principais blocos econômicos.
Esses e outros elementos compõem um ambiente econômico em que prevalece um nível de incerteza acima do usual. Diante de um cenário de recuperação econômica frágil e reduzindo as projeções de inflação para este ano, o BC voltou a indicar na semana passada que deve fazer novos cortes na Selic com parcimônia.
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