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AGÊNCIA CBIC

28/03/2011

Aumenta presença de mulheres na construção

 

28/03/2011 :: Edição 065

Jornal Folha de S.Paulo/BR   |   27/03/2011

aumenta presença de mulheres na construção

Com falta de mão de obra, número de mulheres no setor cresce 74% em 4
anos
Gestores apontam vantagens como responsabilidade, menos ausências e
baixo uso de drogas

SHEILA D’AMORIM

DE BRASÍLIA

A falta de mão de obra para atender o boom da construção civil dos últimos anos transformou os canteiros,
abrindo espaço para mulheres num reduto tradicionalmente masculino.

Em quatro anos, o número de mulheres que literalmente passaram a colocar a
mão na massa aumentou 74%, segundo levantamento do Ministério do Trabalho feito
a pedido da Folha.

Em 2007, elas eram 109 mil. Em 2010, chegaram a 189,3 mil. Ainda representam
um universo pequeno -7,67% do total de 2,4 milhões de trabalhadores do setor-,
mas avançaram em territórios considerados tabus.

Se antes elas estavam apenas cozinhando ou ajudando na limpeza, agora atuam
como pintoras, pedreiras, carpinteiras, operadoras de guindastes, caminhões e
máquinas pesadas.

A presença feminina é destaque tanto na construção de condomínio residencial
com 11 prédios nas redondezas de Brasília como em projetos de infraestrutura,
casos das usinas de Jirau e Santo Antônio (RO) e Belo Monte (PA).

Essas três grandes obras ilustram bem a tendência que se espalhou pelo país.
Em Santo Antônio, cerca de 10% dos 15 mil que trabalham na obra são mulheres,
segundo a Odebrecht, que coordena o canteiro.

CAPRICHO

Em Belo Monte, os trabalhos ainda não começaram, mas a seleção dos primeiros
150 trabalhadores que serão treinados inclui 25 mulheres. "Mulher trabalha
com mais capricho, é mais responsável e o número de faltas é menor",
afirma Marcos Sordi, diretor administrativo do consórcio Belo Monte.

Com larga experiência na construção
civil
, ramo em que atua desde 1975, Sordi diz que elas começaram com
funções que exigem mais atenção a detalhes, como soldas e rejuntes, mas, agora,
disputam vagas que não eram oferecidas a mulheres.

"Hoje, é comum ver mulheres operando tratores, guindastes e caminhões
que transportam terra. E não é só aqui em Belo Monte. Em Jirau, de 20 mil
operários, cerca de 4.000 são mulheres."

Alcione Rodrigues, 25, mora em Altamira e trabalhava como doméstica.
Desempregada, inscreveu-se para curso de pedreira de Belo Monte porque o marido
já trabalhava na área. Foi aceita.

"Criticaram, mas me inscrevi e levei o marido. Ganharei mais que os R$
200 que tirava como empregada."

A piauiense Analina Pereira de Souza, 45, trabalha como pedreira há pouco
mais de um ano. Viúva, com nove filhos e a mãe de 86 anos para sustentar, diz
que tem "vocação" para trabalho pesado.

"Achavam que não tinha força, mas mostrei que sou capaz." Era
montadora de móveis em Brasília e ficou desempregada. Não teve dúvida quando
conseguiu vaga de pedreira num prédio.

Os salários de homens e mulheres nos canteiros de obra se equiparam porque
variam de acordo com a função exercida.

ADAPTAÇÃO "Mulher tem mais visão de qualidade, algumas valem
mais do que muitos homens", diz o mestre de obras Cláudio Silva, 56,
destacando que não abre mão de mulheres na equipe. Engenheiro civil, Humberto
Navarro, 36, seguiu o conselho de Cláudio. "São mais dedicadas."

Paulo Safady Simão, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção),
defende a presença feminina nos canteiros.

Diz que as empresas precisaram se adaptar criando vestiários e banheiros e
considera que esse é um caminho sem volta. Ele reconhece que algumas empresas
ainda resistem. "Mas a lei de mercado vai prevalecer."

Um ponto que pesa contra as mulheres, segundo Sordi, de Belo Monte, são
conquistas trabalhistas como licença-maternidade. Além disso, se ficam grávidas
durante a obra, precisam trocar de função. Mas, para ele, os benefícios
compensam.


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