
AGÊNCIA CBIC
Artigo: Um caso em que a inovação carrega inclusão social

Dionyzio Klavdianos, vice-presidente de Inovação da CBIC
O dia a dia de um dirigente da CBIC envolve muito diálogo com os mais diversos players do nosso setor, o que resulta no conhecimento e articulação de soluções novas que acabam impactando nossa indústria e todo o ecossistema por ela envolvido, inclusive no poder público. Recentemente, tivemos mais uma oportunidade dessa natureza: inovadora e interessante, será levada para o Encontro Internacional da Indústria da Construção, que vamos realizar entre 08 e 11 de abril, em São Paulo. E compartilho com nossos leitores nesse artigo, para renovar o convite: venham para a centésima edição do nosso ENIC, que agora passa a ser um evento internacional.
Fomos procurados por um executivo da ESAF, empresa fundada em 1979 como fabricante de esquadrias de alumínio, que expandiu seu portfólio em 2019 ao adquirir a Claris, divisão de esquadrias de PVC da Tigre. A ideia era aproveitar sua passagem por Brasília para uma reunião com a CBIC: a empresa tinha uma audiência com o alto escalão do Ministério das Cidades, para demonstrar a viabilidade técnica e financeira da adoção de esquadrias com uma folha fixa e outra móvel para fachadas de obras financiadas pelo FAR, dentro da faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
O curioso é que essa solução arquitetônica já é permitida para as faixas 2 e 3 do programa, proporcionando uma economia de aproximadamente R$ 340,00 por unidade habitacional em comparação com a tradicional esquadria de duas folhas móveis. Soube depois que, no encontro, a empresa demonstrou a viabilidade econômico-financeira da alteração e, por se tratar de uma mudança que depende apenas da assinatura de uma portaria ministerial, o próprio ministro, presente na reunião, comprometeu-se a publicá-la.
Melhorias nos projetos e redução de custos na construção beneficiam toda a sociedade, principalmente quando se trata de programas habitacionais de grande impacto social, como o MCMV. Multiplicar a economia de R$ 340,00 pelo número de unidades habitacionais planejadas para os próximos anos evidencia o impacto positivo que soluções bem planejadas e um diálogo produtivo podem ter no orçamento público, beneficiando a sociedade como um todo.
A ESAF detém 23% do mercado brasileiro e se destaca como a única fabricante com certificação PSQ de janelas pelo PBQP-H. Além disso, é verticalizada, produzindo internamente os perfis utilizados em suas esquadrias. A reunião com a CBIC destinava-se a apresentar um novo protótipo híbrido de esquadria de PVC e alumínio, desenvolvido para o segmento econômico da construção civil, responsável por 70% das vendas da empresa. A nova esquadria, com marco de PVC e quadro de alumínio, promete reduzir significativamente infiltrações nas quinas, um dos principais causadores de patologias em fachadas — uma grande notícia no combate a eventuais vícios construtivos.
Outra inovação relevante da empresa é um modelo híbrido já adotado por uma das maiores incorporadoras do segmento econômico do país: uma esquadria com marco de alumínio e veneziana de PVC, capaz de elevar o isolamento acústico de 18% para 25% em comparação às venezianas de alumínio tradicionais.
Além das inovações, a ESAF também se destaca pelo impacto social de seu modelo de produção. Suas três filiais operam dentro de penitenciárias, e uma quarta unidade está prestes a ser inaugurada. Atualmente, cerca de 400 reeducandos trabalham na linha de produção, acumulando salário em uma conta especial para saque ao final da pena. Além de contribuir para a ressocialização dos detentos, a iniciativa protege a empresa de um dos maiores desafios do setor: a escassez de mão de obra.
A atuação dessa empresa é mais um caso que demonstra o impacto não apenas econômico da nossa indústria como, especialmente, nossa capacidade de mudar a vida das pessoas. Vamos falar disso também no ENIC. Nos encontramos lá.