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AGÊNCIA CBIC

15/12/2023

Artigo – Inclusão Produtiva de Mulheres na Indústria da Construção:

Rompendo Barreiras, construindo o Futuro

Grácia Fragalá é assistente social, sócia na TPA Saúde, especialista em Estratégia ESG/ SDG, vice-presidente do Conselho Superior Feminino da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, mentora de carreira nos programas ELAS na Industria e EBWL.

A Indústria da Construção, é constituída predominantemente pelo público masculino. De acordo com os dados da RAIS – Relação Anual de informações Sociais de 2021 (mais recente publicação) menos de 11% dos trabalhadores são mulheres.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC vem realizando trabalho consistente para ampliar a presença feminina no setor, com publicação de guias e cartilhas para divulgação de boas práticas e, mais recentemente, a realização de projeto “Elas Constroem”, com objetivo de promover a liderança feminina e alavancar a inclusão produtiva de mulheres no setor.

Neste artigo, vamos abordar os desafios enfrentados pelas mulheres na indústria da construção, detalhar as iniciativas em curso para romper as barreiras e as implicações positivas dessa transformação para o futuro.

No Brasil, assim como acontece globalmente, a taxa de participação das mulheres na força de trabalho é historicamente inferior à dos homens, não apenas na Indústria da Construção.

Conforme apontam os dados oficialmente coletados no país, em 1950, apenas 13,6% das mulheres eram economicamente ativas – no mesmo período, a taxa para os homens era de 80,8%. Essas diferenças, no entanto, vinham se reduzindo ao longo das décadas e voltaram a crescer durante a pandemia da Covid-19. Assim, essa distância, que era de 67 pontos percentuais (p.p.) no início da década de 1950, chegou a apenas 16 p.p. em 2019, ano imediatamente anterior à pandemia, tendo saltado, no auge do isolamento social – segundo trimestre de 2020, para 19 p.p. (IBGE, 2020b).

Vários fatores contribuem para essa menor participação feminina. De acordo com o IPEA, mulheres com filhos pequenos têm a metade da chance de participar do mercado de trabalho, quando comparadas àquelas sem filhos (apenas 57%); enquanto entre as mulheres que coabitam com idosos, as chances de participar do mercado de trabalho são 63% daquelas de uma mulher sem idosos em casa. (IPEA, abr.2022)

Desse modo, podemos afirmar que as características relacionadas ao papel social atribuído às mulheres, sobretudo dentro da família, continuam sendo centrais para explicar sua menor participação no mercado de trabalho.

Se pensamos na indústria da construção, devemos acrescentar que a crença de que esse ambiente não é adequado para as mulheres se perpetua ao longo do tempo, criando barreiras significativas.

A falta de representação feminina resulta em uma perda de diversidade de pensamento e habilidades, um potencial inexplorado, que a presença de mulheres pode trazer para o setor.i

A inclusão das diversidades e, especificamente, a ampliação da participação feminina, pode ser transformador, na medida em que estudos mostram que equipes diversas são mais criativas e eficientes. A diversidade de perspectivas leva a soluções mais abrangentes e inovadoras, algo vital em um setor que está em constante evolução.

Ao oferecer mais oportunidades para as mulheres, não apenas estamos corrigindo desigualdades históricas, como também estamos construindo uma força de trabalho mais forte e resiliente.

O título deste artigo foi o tema de painel recente no “Construa Maranhão” realização da CBIC na Expo Indústria Maranhão, oportunidade para refletir sobre as estratégias de mulheres de sucesso do setor para romper barreiras ao longo se duas jornadas e apresentar as ações que estão em andamento para construir um ambiente igualitário e inclusivo para mulheres e meninas.

As principais ações envolvem:

Programas de capacitação profissional para mulheres: Essas iniciativas não apenas fornecem treinamento técnico, mas também abordam as barreiras culturais e sociais que impedem a participação feminina. Capacitar mulheres com habilidades certas é um passo fundamental para integrá-las plenamente à indústria.

Programas de Mentoria: A criação de programas de mentoria e redes de apoio é fundamental para fortalecer a presença feminina. Esses programas além de oferecer orientação prática, também criam um ambiente de apoio, onde as mulheres podem compartilhar experiências, superar desafios e inspirar umas às outras.

Parceria estratégicas: A participação em entidades que contribuem para aumentar a participação feminina no mercado de trabalho, que fortalecem a liderança e participação feminina em Conselhos, como Rede Brasil do Pacto Global, por meio do Movimento “Elas Lideram”, ONU Mulheres, He For She, e tantas outras entidades, robustece o diálogo sobre os direitos das mulheres e acelera os progressos para alcançar a igualdade de gênero.

É importante que as mulheres da indústria da construção procurem suas entidades para conhecer as iniciativas que ocorrem na sua região. O engajamento de cada uma é fundamental para que possamos acelerar o “futuro que queremos”.

À medida que as iniciativas de inclusão ganham força, a indústria da construção vai se transformando em um ambiente mais inclusivo e dinâmico. Empresas que reconhecem e valorizam a diversidade se destacam, não apenas por sua abordagem socialmente responsável, mas também por colherem os frutos de equipes mais inovadoras e eficazes.

Ao romper com as barreiras de gênero, estamos construindo um futuro no qual a igualdade de oportunidades é uma norma, não uma exceção e a indústria da construção, ao abraçar a inclusão produtiva de mulheres, está consolidando seu papel como um setor progressista, capaz de enfrentar os desafios do presente e do futuro com uma força de trabalho verdadeiramente renovada e talentosa.

Este é um investimento não apenas na igualdade, mas também na construção de um futuro mais justo, igualitário e sustentável, “sem deixar ninguém para trás”.

*Artigos divulgados neste espaço são de responsabilidade do autor e não necessariamente correspondem à opinião da entidade.

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Julho/2024

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