
AGÊNCIA CBIC
Artigo – Admirável Mundo Novo
Ricardo Beschizza é engenheiro civil e presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob)
Nos anos 60, assistíamos na TV a série “Jornada nas Estrelas”, onde o capitão da nave Enterprise, James Tiberius Kirk, comunicava-se com sua tripulação por intermédio de um aparelho que mais tarde se tornaria nossos telefones celulares. Acho que nenhuma mente que conseguia pensar mais à frente do tempo, jamais imaginaria o momento sem precedentes que estamos passando atualmente.
A sociedade civil está completamente sem saber para que lado correr. Nas redes sociais o “bate boca” digital entre pessoas amigas e até mesmo parentes está tomando uma proporção, que mais um pouco chegarão às vias de fato. Não está havendo tolerância na liberdade de expressão de qualquer comentário postado.
O “cancelamento” virou o tema do momento e qualquer posicionamento que venha a ferir a suscetibilidade de alguém é suficiente para verdadeiros linchamentos virtuais e morais.
Não estamos usando o que nos difere dos outros animais: nosso cérebro. Conte até dez, pense com o privilégio que Deus lhe deu e use o bom senso para tomar uma decisão. Saber ouvir, respeitar o outro e aceitar diferenças é primordial para o convívio em sociedade.
É verdade que no momento em que vivemos, a veracidade dos fatos é de difícil confiabilidade da fonte informadora, as quais recebemos no celular do capitão Kirk. A diversidade das “VERDADES” de todas essas fontes, nos tornam muito indecisos e frágeis em nossas conclusões. A isso tudo, adiciona-se a esta ficção científica que estamos vivendo, uma disputa pelo poder nunca antes visto na história deste país.
Ficamos com a sensação de que estamos num jogo de xadrez, onde nós os peões (sociedade), não estão neste tabuleiro. Entre cavalos, bispos, torres, Rei e Rainha; leia-se EXECUTIVO, LEGISLATIVO e JUDICIÁRIO; que jogo é este que os peões estão de fora, mas a conta é sempre paga por nós? Por onde anda a liderança do nosso EXECUTIVO? Um LEGISLATIVO que sempre legisla em causa própria, com um governo de coalisão trigonométrica (seno de centrão, cossecante a esquerda, tangente à direita, cosseno mais à esquerda, cotangente mais à direita etc) esta pluralidade partidária numa sopa de letrinhas que resultam em nomes bonitos. E finalmente nosso JUDICIÁRIO, envolto entre vinhos e lagostas, que se comporta como guardião da inconstitucionalidade.
Outro ponto que nos preocupa no momento, é que logo logo os políticos estarão unicamente preocupados com os seus umbigos, seja na eleição presidencial, congresso ou estados. Deixando de lado de mais uma vez, qualquer ponto de esperança da definição de projetos que visem a reforma tributária, a reforma do estado e, principalmente, o amparo aos milhões de brasileiros que vão sair desse pandemônio, em situações ainda piores do que há um ano.
Enfim, a DEMO-cracia do nosso inferno brasileiro, será redesenhada nos próximos episódios da ficção JORNADAS BRASILEIRAS. Minha avó dizia: “Casa que não tem pão, tem muita confusão” (pergunte ao google). Será que Deus é brasileiro? Ou palmeirense sem copinha e sem mundial? Saúde, paz e VACINA JÁ para todos.
*Artigo divulgado no dia 14/03, no jornal A Tribuna, de Santos.
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