
AGÊNCIA CBIC
Inflação em maio é a menor dos últimos 22 anos

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, registrou deflação de 0,38% em maio, conforme informações divulgadas nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O resultado, que corresponde a menor variação desde agosto de 1998 (-0,51%), refletiu a queda de 4,56% nos preços dos combustíveis”, ressalta a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.
Em abril, o indicador também registrou deflação (-0,31%). Assim, o IPCA acumulou queda de 0,16% nos primeiros cinco meses do ano e alta de 1,88% nos últimos 12 meses.
O centro da meta inflacionária para 2020 é 4%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Como o IPCA acumulou, nos últimos 12 meses, incremento de 1,88% observa-se que ele está abaixo do piso da meta para esse ano (2,5%).
“A análise da série histórica do IPCA permite verificar que o período janeiro a maio/2020 registrou a menor variação, para esse período, desde 1995. Ressalta-se que nesses últimos vinte e cinco anos, o IPCA ainda não tinha registrado variação acumulada negativa no período de janeiro a maio”, avalia Vasconcelos.
A pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central, estima que a inflação brasileira, medida pelo IPCA, encerrará 2020 em 1,53%. Para 2021 as perspectivas sinalizam alta de 3,10% para o referido indicador.
Nos próximos dias 16 e 17, o Comitê de Política Monetária (Copom) realizará nova reunião. Os analistas aguardam mais redução na taxa Selic. “Naturalmente esse cenário de inflação sob controle será considerado, assim como as projeções para o resultado da economia nacional”, diz a economista.
Novas expectativas para o PIB 2020
Além da pesquisa Focus, que passou a projetar retração de 6,48% para a economia brasileira e do Banco Mundial, que estimou recuo de 8%, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou projeção de queda de 7,4% para a economia nacional em 2020.
A estimativa leva em consideração o cenário atual, em que o País conseguirá avançar com o processo de flexibilização.
Para a OCDE, caso ocorra uma segunda onda da pandemia provocada pela Covid-19, o Brasil poderá registrar contração de 9,1%. A organização espera retração de 6% para a economia mundial. Essa é a visão mais otimista, mas o recuo poderá chegar a -7,6% na estimativa mais pessimista.
“A elaboração de dois cenários ocorreu em função da fraca perspectiva de uma vacina disponível mundialmente ainda esse ano e diante das incertezas sem precedentes. Assim, a organização adotou um cenário no qual a Covid-19 será controlada e uma expectativa caso ocorra um segundo surto mundial da doença até o final de 2020”.
Segundo a OCDE, a pandemia do novo coronavírus é uma crise de saúde global sem precedentes e causou a recessão econômica mais profunda em quase um século, afetando a saúde, o emprego e o bem-estar dos cidadãos. Mas com ou sem um segundo surto as consequências para a economia global são graves.
A ação integra o projeto ‘Banco de Dados da Construção – BDC (2ª Fase)’ da CBIC em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Veja a íntegra do Informativo Econômico sobre IPCA, PIB e Desemprego.