
AGÊNCIA CBIC
Fiado, nem amanhã
Por mais vitrine do PT que seja, nenhum programa ou iniciativa do governo federal está sendo poupado do corte de quase R$ 70 bilhões no Orçamento. Foi assim com o Pronatec, com o Fies e vem sendo com o Minha Casa, Minha Vida, que desde outubro está com os repasses dos empreendimentos da faixa um congelados – embora responda por cerca de 500 mil empregos diretos no país. Oito meses, quase uma gestação de inadimplência. Dominado por construtoras de pequeno e médio portes, este nicho do programa tornou possível que milhares de famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil realizassem o sonho da casa própria a juros zero. Mas sem dinheiro, sonhar com as chaves ficou mais difícil.
Vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Betinha Nascimento alerta que a falta de capital de giro das empresas já resulta em paralisação nos canteiros de obras e desemprego, situação que é ainda mais grave no Maranhão e na Bahia. Como a prioridade é “arrumar a casa”, a Caixa Econômica Federal também suspendeu a análise de novos projetos e a superintendência do banco no Recife tem se reunido frequentemente com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon). Betinha explica que a briga do setor, agora, é para amarrar com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, um cronograma de pagamento dos atrasados, dívida que é estimada em R$ 1,6 bilhão no país. Na terça-feira que vem, empresários e dirigentes de entidades se reúnem em Brasília para traçar as estratégias. Pernambuco estará representado.