AGÊNCIA CBIC
Empresas põem fim à 'festa dos salários'
09/06/2014 |
Folha de S. Paulo Empresas põem fim à 'festa dos salários' Construção civil DE SÃO PAULO REMUNERAÇÃO NESSE MERCADO CRESCE MENOS DO QUE EM 2012 A euforia com os salários na construção civil se arrefeceu. Segundo dados da consultoria de RH Robert Half, cargos que chegaram a ter aumento de remuneração de 100% em 2012 hoje têm aumentos médios de 10%. "As empresas estão mais racionais na contratação. Não há mais aquela empolgação", explica Isis Borge, gerente da divisão de engenharia da recrutadora. O crescimento mais lento no número de contratações na área (de 0,32% em abril deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano passado), fez com que, em maio, o Sinduscon-SP (sindicato da indústria da construção em São Paulo) revisasse para baixo a previsão de crescimento desse mercado. Antes, a expectativa era de alta de 2,8% no PIB do setor e agora é de 1% a 2%. Ainda assim, segundo Borge, há espaço para quem busca uma vaga no mercado. "As obras de estradas e energia continuam demandando gente", afirma. A área de edificações (torres residenciais e comerciais) também. "As grandes empresas deram uma freada, mas as pequenas e médias estão contratando." Profissionais com boa visão de negócios e vendas também encontram oportunidades. Segundo Lea Federmann, sócia da recrutadora 2Get, muitas construtoras estão em busca desse perfil para ajudar na venda de imóveis que estão parados. Quem trabalhou em grandes obras dos eventos esportivos, como a construção de estádios, tem encontrado oportunidades fora do país. Borge afirma que o movimento de expatriação não é maior porque muitos profissionais acabam sendo barrados por não falarem inglês. De acordo com a Robert Half, entre os cargos que têm sido mais demandados pelo setor está o de engenheiro de obras, que chegou a ter aumentos salariais de 100% em 2012 –hoje a média é de 10%. GERAÇÕES Para Borge, os recém-formados são bem-vindos no setor. "A área de construção civil ficou mais de uma década sem espaço para profissionais. Muitos deles, mais velhos e experientes, foram absorvidos por outras áreas ou estão se aposentando." A demanda fez com que Fernando Silva, 22, fosse promovido para a função de engenheiro de obras logo após terminar sua faculdade de engenharia, em fevereiro. "Mesmo tendo acabado de me formar, recebi diversas propostas de outras construtoras", afirma o jovem. Mas os profissionais mais seniores podem ter vantagem. "As empresas querem ver mais resultados. Elas estão substituindo dois juniores por alguém com mais experiência", afirma Federmann. – descendo GERENTE DE ENGENHARIA Desenvolve novos projetos, mas as empresas estão reaproveitando-os SALÁRIO a partir de R$ 10 mil ENGENHEIRO DE PROJETOS Quando há baixa de novos projetos no setor, são os primeiros a ser dispensados SALÁRIO a partir de R$ 4.500 GERENTE DE INCORPORAÇÃO Outros profissionais estão sendo aproveitados para o cargo SALÁRIO a partir de R$ 10 mil subindo GERENTE DE OBRAS Há poucos lançamentos no setor, mas muitas obras ainda não foram entregues SALÁRIO a partir de R$ 14 mil COORDENADOR DE OBRAS Construtoras têm obras em mais de um Estado, coordenada por eles SALÁRIO a partir de R$ 9.000 ENGENHEIRO DE OBRAS Há poucos profissionais técnicos e muitos jovens estão sendo promovidos ao cargo SALÁRIO a partir de R$ 6.000 Colaborou BÁRBARA LIBÓRIO, de São Paulo |
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