'Minha casa incentiva adoção de novas técnicas

O Estado de S. Paulo

'Minha casa incentiva adoção de novas técnicas

Especialistas também  esperam que sistemas  de construção não  convencionais no Brasil  alcancem outros padrões 

 A criação do Minha Casa, Minha Vida, em 2009, deu fôlego aos processos construtivos industrializados no segmento popular, mais aberto a novidades. Segundo o presidente do CET, Roberto de Souza, o mercado imobiliário deixou de criar alternativas antes do surgimento de um programa nacional de habitação. "Não havia cultura até para os agentes financeiros, mas isso está mudando", diz.

O Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (Sinat), do Ministério das Cidades, passou a aceitar sistemas como o wood frame,  comum no exterior, mas pouco difundido por aqui. Ahomologação de novas tecnologias no Sinat permite que elas sejam aplicadas no "Minha Casa" e contem com financiamento.

A assessora técnica da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) Geórgia Grace acredita que os sistemas industrializados ganharão espaço no mercado inclusive em outros padrões. "O fator cultural de resistência existe, mas vai sendo perdido com o aumento da informação e a ampliação do conceito de sustentabilidade. Se um método é adotado em um edifício corporativo, a nova cultura pode ser criada em quem trabalha no prédio."

Para o engenheiro Flávio Figueiredo, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (Ibape-SP), as construções tendem a ser mais racionais na maior parte do mercado, mas devem seguir mais conservadoras no segmento de luxo, para o qual o custo deixa de se colocar como um diferencial. "A flexibilidade de layout da alvenaria convencional tem um custo. Se a pessoa quiser mais liberdade, vai pagar mais por isso". /G.c.