DCI – Comércio, Indústria e Serviços/SP
Investimento público avançou 51% após criação de programa
Ainda segundo a ministra do Planejamento, a economia já dá sinais de recuperação. Ela defende os meios usados para combater a alta dos preços.
SÃO PAULO
A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, afirmou ontem que o investimento público no Brasil cresceu 51% desde que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi lançado (2007). "O crescimento do investimento tem aumentado duas vezes o que tem crescido o PIB [Produto Interno Bruto]", disse.
"É importante perceber como investimento se tornou um dos nossos grandes motores do crescimento", complementou, durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso para discutir o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2014.
Ela citou uma pesquisa feita com mais de mil diretores executivos do mundo, que foram questionados sobre quais países têm intenção de investir. Segundo Miriam, o Brasil foi o terceiro da lista, depois de China e EUA.
A ministra do Planejamento disse que o momento que vive o Brasil é fruto de uma política econômica "que deixou de pensar, exclusivamente, nas crises, em como superá-las, e passou a incorporar a busca do crescimento com redução das desigualdades sociais e regionais no País".
Miriam afirmou que, nos últimos dez anos, o governo incorporou "novos motores" à economia. Segundo a ministra, em 2000, a economia nacional estava centrada, fundamentalmente, nas exportações. Depois disso, foi incorporado o mercado interno, em 2005. Com o lançamento do PAC, em 2007, conforme Miriam, o novo fator é o investimento. Depois disso, em 2009, o programa Minha Casa, Minha Vida trouxe o fortalecimento do setor de construção civil. "Esse novo modelo foi capaz de fazer algo que nunca aconteceu no País, que é crescer reduzindo desigualdades. Saímos da história de crescer para dividir o bolo. O país cresceu dividindo o bolo, simultaneamente."
Para a ministra, a economia já dá sinais de recuperação. De acordo com ela, com todas as medidas de estímulo adotadas pelo governo, a economia aponta sinais claros de aceleração. Miriam reafirmou a previsão da administração federal de um crescimento da economia de 3,5% este ano e de 6% para os investimentos.
Ela comentou também que o controle da inflação é compromisso absoluto da presidente Dilma Rousseff. "A inflação cederá nos próximos meses, mas, de qualquer forma, o governo está absolutamente atento a essa questão", disse. "[O controle da inflação] é fundamental para preservação das conquistas sociais desse novo modelo de desenvolvimento do País", afirmou.
Miriam afirmou ainda que, se for retirado do cálculo o choque no preço de alimentos que houve em 2012, a inflação seria de 4,7%, próxima ao centro da meta, e não de "seis e um pouco mais". Ela disse também que, nos últimos nove anos, "a inflação nunca ultrapassou o limite determinado pelo Conselho Monetário Nacional [CMN]".
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