Construção pesada espera crescimento neste ano

Diário do Comércio – MG

Construção pesada espera crescimento neste ano

OBRAS  
 ContrataÇÕeS SUgerem reCUperaçãO Salum: obras contratadas devem ter início logo.
 TATIANA LAGOA
 Depois de um ano extremamente difícil, com poucos negócios, o setor da construção pesada espera um melhora em 2013. E o primeiro sinal de mudança é a carteira de encomendas das construtoras que, depois de um.
 período de pouca demanda, já está praticamente tomada nos primeiros meses do exercício. A expectativa agora é a de que a nova realidade reverta o quadro de resultados negativos _
 de 2012.
 Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot- MG). Alberto Salum, as obras contratadas deverão ter início logo, com o fim do período chuvoso. Para ele, ainda é cedo para se dizer em qual percentual deverá ser o crescimento do setor, mas a tendência é
 extremamente positiva.
 Adificuldade de se quantificar a alta esperada se justifica pelo fato de ainda faltar a ordem de serviço para muitas das obras contratadas. Isso porque muitas delas dependem de financiamentos e até liberação de recursos por parte do governo,
 "A Copa do Mundo,   especificamente, não   é um diferencial.   Muitas obras que   estão em andamento   voltadas para o   evento já tinham   que ser feitas"   
 que tem uma série de prioridades.
 Depois de esperarem aumento nas obras em decorrência da Copa do Mundo de 20 14 e não terem as expectativas correspondidas, os empresários apostam todas as fichas em obras demandadas há mais tempo. É o caso, por exemplo, da BR-381 e da BR- 040, que passarão por duplicação e recapeamentoem breve.
 Em Minas Gerais, os programas do governo do Estado – ProAcesso, Pro-MG e Caminhos de Minas – são as grandes esperanças. Para se ter
 uma idéia, somente o primeiro deles, referente ao recapea- mento de vias, com a meta de proporcionar a todos os municípios de Minas um acesso pavimentado, deverá executar II trechos.com investimentos de R$ 260 milhões neste ano. Serão 5,7 mil quilômetros de rodovias. Já o Pro-MG, visa à manutençãode algumas vias e também atrai aportes volumosos.
 "A Copa do Mundo, especificamente, nãoé um diferencial. Muitas obras que estão em andamento voltadas para o evento já tinham que ser feitas", explica Salum. Segundo ele, obras como a implantação do Bus Rapid Transit (BRT) e as melhorias nos aeroportos e nos acessos ao Estado já eram demandadas pela população há um tempo e, consequentemente, iriam ser realizadas de qualquer forma. Segundo ele, o máximo que o mundial de futebol conseguiu foi antecipar os investimentos. Os aportes em saneamento básico também tendem a colaborar para os bons resultados esperados pelo segmento neste ano.
 Dependência –  Caso as
 encomendas já realizadas de fato se concretizem em obras, nenhuma outra ação governamental deverá impactar nos resultados do setor. Conforme o dirigente, as desonerações já efetuadas, por exemplo, não surtiram alterações na realidade negativa do segmento. Da mesma forma, segundo Salum, um possível aumento nas taxas de juros também não deverão gerar uma retração no segmento. "O que altera a nossa realidade é só uma coisa: os investimentos do governo em infraestrutura. Quando eles acontecem vamos bem e quando não, seguimos a tendência negativa", afirma.
 A melhora no cenário geral do setor pode ser a salvação para uma série de empresas que estavam prestes a fechar as portas. Como já divulgado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, no ano passado, muitos grupos empresariais chegaram a perder obras por falta de condições financeiras para terminá-las e enfrentaram processos de recuperação judiciais milionários.