Brasil Econômico/BR
Investimentos crescem em ritmo recorde no primeiro trimestre do ano
Gustavo Machado
Compras de máquinas, caminhões e execução de obras públicas devem sustentar o PIB, diz consultoria.
Os investimentos no Brasil iniciaram 2013 a todo vapor. Segundo cálculos da consultoria LCA, a formação bruta de capital fixo, o componente do Produto Interno Bruto (PIB) que mede os investimentos, deverá terminar o primeiro trimestre com crescimento de 10% se comparado com os últimos três meses de 2012. Apenas em 2009, quando o terceiro trimestre registrou um aumento de 9,8% neste quesito, houve um crescimento semelhante.
Para todo o ano, a consultoria espera expansão de 7,4% nestes investimentos. Em 2012, este componente registrou queda de 4%. Para o PIB, ela estima uma expansão de 3,5%. Caso as projeções da consultoria se confirmem, a taxa de investimentos pode passar dos atuais 18,1% do PIB para 19% ao final deste ano.
Puxado pelo crescimento da produção de caminhões e máquinas e equipamentos, a formação bruta decapita fixo deve elevar a taxa de crescimento do PIB no primeiro trimestre do ano. Os motivos para o crescimento dos investimentos na área estão na industria e agricultura, que investem para produzir mais e escoar seus produtos.
No primeiro bimestre do ano, estima a LCA, os investimentos cresceram 9% se comparados aos dois primeiros meses de 2012. Entre os indicadores que a consultoria leva em considera cão para calcular sua prévia, estão as evoluções da produção de bens de capital, que apresentou alta de 13,3% no bimestre; do consumo de insumos típicos da construção, 1,1%; da importação de bens de capital, +8,7%; e da exportação, – 31,6%.
Antônio Madeira, economista da LCA, explica que a atuação do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social é fator chave para o otimismo da cônsultoria. "O BNDES mantém uma linha de crédito com juro real negativo, o que tem ajudado muito. Além disso, tem disponibilizado grandes montantes aos governos estaduais para investir em infraestrutura. Seus desembolsos têm disparado", avalia.
A aprovação de projetos do BNDES cresce a uma taxa de 607,, nos últimos doze meses. Após o anúncio de medidas que diminuíram as taxas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), em agosto do ano passado, as consultas e os desembolsos do banco de fomento disparam.
Além disso, o governo cria novas linhas de crédito de longo prazo para financiar investimentos, principalmente em infraestrutura. A Caixa Econômica Federal já anunciou que financiará R$ 70 bilhões este ano, com foco nas concessões de logística. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, também disponibilizou recursos aos bancos privados para financiamentos de longo prazo.
Júlio Gomes de Almeida, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, avalia que, embora os investimentos se recuperem em 2013, o grande ano será 2014. "Os reflexos das concessões de infraestrutura logística e dos investimentos em óleo e gás serão vistos a partir do ano que vem", diz.
Para a formação bruta de capital fixo crescer mais de 6% este ano, explica Almeida, será necessário uma intensificação dos investimentos públicos. "A execução de obras públicas, principalmente do Programa de Aceleração do Crescimento, ditará o ritmo de expansão dos investimentos", afirma.
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