Diário do Nordeste/CE
Retomada econômica
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, em 2012, de apenas 0,9% frustrou as expectativas projetadas pelo meio econômico. O índice básico do somatório da riqueza nacional interessa, particularmente, aos agentes econômicos, por ser um dado estratégico. Ao mesmo tempo, serve como objeto de especulação por grupos diversificados, alinhados como capitais estéreis.
O pequeno crescimento decorreu sobretudo de dois fatores ativos, representados pelos gastos domésticos e dispêndios governamentais. O baixo nível de desemprego foi determinante para elevar o consumo. Ainda é motivo de avaliação como o emprego se sustentou em meio à baixa produção industrial.
A economia brasileira serve como prato cheio para os mais variados tipos de ilações. Por conta desse resultado pífio, há quem se encarregue de realçar sua taxa de crescimento, durante o ano passado, como menor em relação às economias do Japão e dos Estados Unidos da América, países desenvolvidos, com volumes expressivos de riquezas geradas.
O PIB insignificante de 0,9% durante o ano econômico de 2012 seguiu o ritmo da Alemanha, país cuja economia mantém a liderança no crescimento da Europa, em crise desde 2009. O crescimento brasileiro também ficou atrás dos resultados obtidos pelo México, na América Latina, e pela Rússia, na Europa, países com desempenho econômico há muito assemelhado ao brasileiro.
Diante dessas comparações, não houve espaço para o destaque conseguido pelo País, mesmo na lanterna dos Brics, principalmente por conta do desempenho de seu parque industrial e da retração nos investimentos preventivos dessa área. Diante da crise externa, com efeitos internos perversos, o empresariado preferiu propor soluções racionais e aguardar o retorno em processamento pelo governo.
Na conjuntura de crise externa, o País selecionou alguns segmentos para garantir a crescente oferta de emprego formal, dinamizar o mercado interno, fazer girar, em curto prazo, o retorno dos financiamentos e proporcionar recursos para a produção nacional. As indústrias da construção, automobilística e de bens de consumo como a linha branca possibilitaram o retorno desejado.
A fabricação de automóveis mobiliza cadeias produtivas, variando do aço ao vidro, a comercialização e o financiamento bancário. Mesmo com a crise, sua presença na produção industrial do País corresponde a 10% do total. Seu dinamismo se dilui pelos demais segmentos econômicos, gerando efeitos positivos. Exemplo semelhante ocorre com a indústria da construção civil, por conta da imensa cadeia alimentada por ela.
Para alcançar essas metas, o País se mirou nos efeitos obtidos em 2009, em que eclodiram dos impactos negativos externos. A indústria automobilística iniciou uma série de recordes, com a venda de três milhões de automóveis, até alcançar 3,4 milhões em 2012. O volume de imóveis financiados pelo programa habitacional confirmou um ataque ao déficit de moradias.
A queda drástica, de 4%, do nível de investimentos foi o forte motivo para o resultado do apelidado "Pibinho". Por isso, o Ministério da Fazenda verte otimismo, ao reconhecer os sinais da economia reaquecida com a retomada dos investimentos desde o último trimestre de 2012, quando o PIB parcial registrou crescimento de 0,6% em relação ao quadrimestre anterior. Assim, primeira projeção oficial do PIB de 2013 prevê maior crescimento econômico.
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