Estado de Minas/MG
Juro menor para a casa própria
Caixa reduz taxa para compra de imóveis, novos ou usados, acima de R$ 500 mil. Medida vai beneficiar a classe média.
Geórgea Choucair
A Caixa Econômica Federal iniciou a corrida atrás da classe média para financiamento imobiliário. O banco reduziu as taxas de juros de imóveis novos e usados para clientes e consumidores em geral que desejam comprar unidades com valor acima de R$ 500 mil, fora, portanto, do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). As novas taxas estão valendo desde ontem. A economia para um financiamento de R$ 600 mil, por exemplo, pode ficar em torno de R$ 43,3 mil, em 30 anos, segundo o banco.
Na Grande BH, os imóveis com valor acima de R$ 500 mil representam entre 15% e 20% do mercado, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). "A medida deve beneficiar principalmente a classe média. A pessoa vai poder sair de um apartamento de dois quartos e ir para um de quatro", afirma Jorge Luiz Oliveira de Almeida, vice-presidente de comunicação do Sinduscon-MG.
As taxas de juros efetivas para clientes que não possuem relacionamento com a Caixa caem de 9,9% para 9,4% ao ano. Para clientes que possuem relacionamento e conta salário no banco, as taxas serão reduzidas de 8,9% para 8,4% ao ano. No caso de servidores públicos, as taxas podem chegar a 8,3% ao ano. Na avaliação de Almeida, do Sinduscon-MG, a tendência é de que o mercado acompanhe as novas taxas de juros. "O governo vinha beneficiando a camada da população que comprava imóvel de até R$ 500 mil. A partir de agora vai ser contemplada uma parcela que estava esquecida", observa.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, ressalta que as medidas que estão sendo tomadas na área imobiliária são para desonerar o setor, melhorar garantias, reduzir os riscos e aumentar a segurança jurídica. "Tudo isso estimula a queda da taxa de juros, pois todo crédito tem um nível de risco implícito", diz.
José Urbano Duarte, vice-presidente de Habitação e Governo da Caixa, afirmou, por meio de nota, que, "diante do cenário de demanda crescente por crédito imobiliário, o objetivo do banco é oferecer condições atrativas para todos os clientes".
ZERO PAPEL A Caixa atingiu recorde em contratações de crédito imobiliário em 2012, chegando a R$ 101 bilhões em financiamento, alta de 33,8% em relação ao ano anterior (R$ 75,4 bilhões). Para 2013, o banco espera a contratação de R$ 120 bilhões na modalidade de financiamento. Em Minas, as contratações da Caixa também foram recordes: atingiram R$ 10,6 bilhões neste ano. Para 2013, o banco espera que os financiamentos no estado somem R$ 12 bilhões.
Do total contratado pela Caixa no Brasil, R$ 44,95 bilhões correspondem a aplicações com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE); R$ 38,7 bilhões às linhas que utilizam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); e R$ 17,36 bilhões são de recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e demais fontes. Segundo Duarte, a contratação de crédito imobiliário sem circulação de papel – o chamado Processo Zero Papel – vai ser outro passo importante para assegurar maior agilidade na realização das operações de crédito imobiliário, comodidade para os clientes e redução de custos.
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