Programa minha casa, Minha Vida garante expansão

 A carteira de crédito habitacional totalizou R$ 216,9 bilhões em março de 2012, com alta de 43,7% em doze meses, segundo dados do Banco Central. Maior financiadora brasileira do setor, o saldo da Caixa Econômica Federal chegou a R$ 164,6 bilhões em março, expansão de 40,6% no mesmo período. Os números das construtoras refletem bem essa expansão.

 A MRV Engenharia, sediada em Minas Gerais, mas com canteiros em quase todo o Brasil, fechou 2006 com vendas contratadas de R$ 206 milhões, valor que pulou para R$ 4,3 bilhões em 2011 e deverá alcançar R$ 5 bilhões, em 2012. Leonardo Guimarães Correia, diretor-executivo de finanças da MRV, diz que 80% das vendas são para o programa habitacional do governo federal.

 "O déficit habitacional está longe de ser zerado, mas diminuiu muito no país. Apesar de desorganizadas, as pesquisas indicam que, cinco anos atrás, se produzia 150 mil novas moradias por ano e, em 2011, foram cerca de 500 mil", diz o diretor da MRV, que acredita em crescimento a taxa anual entre 15% e 20% para o setor, nos próximos dez anos. "Se as questões macroeconômicas forem mantidas, vamos chegar a 1 milhão de novas unidades por ano."

 Para o economista-chefe do Secovi, Celso Petrucci, é difícil medir quanto o país tem reduzido o seu déficit, já que a cada dia surgem novas demandas. "Mas há cinco anos, se me dissessem que a poupança financiaria o volume que realizou em 2011 eu diria que estavam loucos", compara. Petrucci diz que estudos mostram que o Brasil precisaria construir entre 1,5 milhão e 2 milhões de imóveis por ano para zerar o déficit entre 2022 e 2023. Segundo suas estimativas, o número de lançamentos deverá crescer em torno de 10% este ano, impulsionado, particularmente, pelas taxas mais baixas de juros, e o crédito será maior.