AGÊNCIA CBIC
Juiz declara ilegal greve na usina de Jirau
16/03/2012 :: Edição 288 |
Folha de S. Paulo/BR 16/03/2012
Juiz declara ilegal greve na usina de Jirau
Magistrado determina retorno ao trabalho de 15 mil operários que pararam obras da hidrelétrica em Rondônia
Entendimento é que movimento pode causar conflitos; Estado pediu ao governo federal o envio da Força Nacional
A Justiça do Trabalho declarou ontem ilegal a greve de operários que paralisou nesta semana o canteiro de obras da usina hidrelétrica de Jirau (RO), no rio Madeira, acatando pedido da construtora Camargo Corrêa. Os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho.
O juiz Ilson Alves Pequeno Júnior determinou o retorno imediato dos trabalhadores às atividades. Até o início da noite, porém, os operários ainda não haviam voltado ao trabalho. Hoje, haverá uma assembleia para discutir o assunto, segundo o Sticcero (sindicato dos trabalhadores da construção civil).
Se a decisão não for cumprida, o sindicato ficará sujeito ao pagamento de multa diária de até R$ 200 mil.
Para evitar que se repetissem focos de tensão como os que ocorreram há um ano, a Secretaria de Segurança de Rondônia pediu ao governo federal que envie homens da Força Nacional de Segurança Pública para acompanhar o movimento grevista. Cem policiais militares chegaram anteontem ao local.
FORÇA NACIONAL
A situação ontem estava tranquila, segundo a secretaria estadual e o Sticcero. O Ministério da Justiça, ao qual a Força Nacional está subordinada, informou não ter recebido o pedido do Estado.
Os 15 mil funcionários da Camargo Corrêa decidiram paralisar atividades nesta semana -a maioria teria sido impedida de trabalhar pelos grevistas. Ao todo, são cerca de 20 mil pessoas na obra.
O movimento grevista começou na semana passada, quando 1.500 operários de uma empresa terceirizada -a Enesa- cruzaram os braços por melhores condições de trabalho. Funcionários da Camargo Corrêa também aderiram ao movimento.
Na decisão de ontem, o juiz disse que funcionários da Enesa causaram "insegurança e medo na classe trabalhadora" e afirmou que a manutenção da greve pode repetir "lamentáveis fatos" de 2011.
No ano passado, um quebra-quebra promovido por operários destruiu parte das instalações do local.
Os trabalhadores reivindicam adiantamento da data-base, aumento no valor da cesta básica e diminuição no intervalo da "baixada" (liberação para visita a familiares em outros Estados).
A Camargo Corrêa diz dispor de instalações adequadas e que mantém o diálogo com representantes dos operários. A Enesa não se manifestou.
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