
AGÊNCIA CBIC
02/03/2012
Segura e sem IR, letra de crédito imobiliário ganha espaço
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02/03/2012 :: Edição 278 |
Brasil Econômico/BR 02/03/2012
Segura e sem IR, letra de crédito imobiliário ganha espaço
Título de renda fixa com menor liquidez, é ideal para diversificar carteiras de investimentos.
Aplicação mínima no papel é de R$ 30 mil, com prazo para resgate que varia de 60 a 180 dias nos bancos
Um papel de menor liquidez, mas com bom rendimento, isenção de imposto de renda e baixo risco. São as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) que vem conquistando espaço na carteira de investimento dos clientes de alta renda. O produto, ofertado pelos private banks, é uma importante alternativa de diversificação.
Bancos já oferecem LCIs com aplicação mínima de R$ 30 mil. É o caso do Banco Santander, que passou a oferecer este ano os papéis no varejo. Na Caixa Econômica Federal, a aplicação mínima é de R$ 50 mil.
"Quem opta pela aplicação tem que ter consciência de que irá deixar o dinheiro travado por seis meses, um ano, dependendo do prazo", alerta Cynara Polycarpo Figueiredo, superintendente de investimentos do Santander.
Em um momento de aquecimento do mercado de imóveis, a tendência é de crescimento da carteira de crédito imobiliário dos bancos e, consequentemente, de emissões deste tipo de papel.
Para atender a demanda dos compradores de imóveis, instituições financeiras precisam de recursos, e uma das fontes de captação, além da poupança, são as LCIs.
No Santander, os papéis têm prazo mínimo de 180 dias para resgate. Já o banco Sofisa oferece o produto, com prazo de 90 dias.Na Caixa Econômica, o prazo para resgate da aplicação é ainda menor, de 60 dias.
Lastreados em Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), o maior diferencial do título com relação ao Certificado de Depósito Interbancário (CDB) é que oferece isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas. No caso de pessoa jurídica, quanto maior o prazo de aplicação, menor é a alíquota do imposto, que pode chegar a 15% após 720 dias na Caixa.
A sócio-fundadora da Eugênio Invest Cláudia Augelli aponta que, em média, a LCI tem rendimento líquido de 90% do CDI. "À primeira vista não parece interessante, mas se compararmos a um CDB com prazo de 24 meses e com alíquota de 15% do IR seria equivalente ao rendimento bruto de uma aplicação que pagasse 105,88% do CDI.
Para um prazo menor, de até seis meses, se igualaria a um CDB com rendimento bruto de 116,3%, praticamente impossível de encontrar".
Quanto maior a aplicação, melhor a remuneração. Para uma aplicação de R$ 30 mil, o Santander irá pagar 81% do CDI. Para outra, de R$ 150 mil, o banco remunera 86% do CDI, diz Cynara.
A operação das LCIs é simples, semelhante à do CDB: o banco remunera o investidor, já com taxa líquida do Imposto de Renda. Outras aplicações, como o Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRIS), além de mais complexas, têm menor liquidez. "É uma emissão específica, com remuneração própria, lastreada por determinado empreendimento, com prazos longos, de oito anos", diz Cynara.
Portanto, os CRIs são mais arriscados que as LCIs. "Além da baixa liquidez, o risco de inadimplência é mais alto, pois o investidor não se torna credor do banco, mas de quem financiou o imóvel, indiretamente, via securitizadora.
Se os devedores finais forem pessoas físicas,o risco é ainda maior. A única garantia é o imóvel", analisa Claudia.
Papéis semelhantes às LCIs, com renda média de 90% do CDI, são as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). Diferente da LCI, oferecem isenção de IOF para aplicações com prazo menor do que 30 dias. É mais indicada, portanto, para quem busca opções de curto prazo.
Na hora de investir em LCIs, é importante conhecer o perfil da carteira de crédito da instituição escolhida. Grandes bancos, além de terem mais rigor no crédito concedido, tem carteira mais pulverizada entre milhares de clientes e empreendimentos, o que ameniza riscos para o investidor.
Os papéis têm garantia de R$ 70 mil investidos, a mesma segurança oferecida no CDB e na poupança pelo Fundo Garantidor de Crédito. Na Caixa, a transferência de titularidade e agência e conta da aplicação podem ser feitas a qualquer momento.
O investimento também pode ter ter garantia pessoal, como fiança.
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Aquecimento do mercado imobiliário impulsiona o crescimento da carteira de crédito no segmento e a emissão destes títulos de renda fixa.
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