
AGÊNCIA CBIC
28/02/2012
Escassez de operários afeta obras no interior
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28/02/2012 :: Edição 276 |
Diário do Comércio – MG/MG 28/02/2012
Escassez de operários afeta obras no interior Encontrar pessoal qualificado está cada vez mais difícil, diz Sinduscon.
Entidade do setor aponta a necessidade de capacitar mão de obra para evitar um apagão na construção
Com o mercado da construção civil aquecido, a escassez de mão de obra é um desafio não apenas para construtoras da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), mas também no interior do Estado. De acordo com Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), encontrar pessoal qualificado (pedreiros, armadores, eletricistas e carpinteiros) é cada vez mais difícil e já afeta o crescimento do setor.
Em Pouso Alegre, no Sul de Minas, de cada 20 obras, quatro estão paralisadas devido à falta de mão de obra, conforme um levantamento feito pelo Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Construção Civil do Sul de Minas (Sindiconsul). A situação é tão grave que, segundo o presidente da entidade, Sebastião Foch Kersul, as empresas de outros estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, que chegam para se instalar na região, estão trazendo profissionais para trabalhar em Minas.
"O cenário é tão preocupante que se não houver um movimento urgente de capacitação da mão de obra local, um apagão é inevitável para este ano. A construção civil segue em franca expansão, com diversos projetos em andamento, mas a escassez de pessoal no canteiro de obras pode atingir o setor", disse Kersul. Nos municípios do Sindiconsul, as obras do programa "Minha casa, minha vida" é que têm dado fôlego ao setor.
A expectativa do sindicato é para aceleração das obras públicas. "Como estamos em um ano eleitoral, a tendência é que às obras públicas também sejam alavancadas. O problema é encontrar mão de obra para atender a demanda", disse Kersul.
Terrenos – Em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, o problema é agravado pela escassez de terrenos. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Juiz de Fora, Leomar Delgado, o desempenho positivo do setor gerou especulação imobiliária. "Nos últimos quatro anos o preço médio de um terreno mais que dobrou. Além da carência de mão de obra, enfrentamos mais esse gargalo do valor dos terrenos", disse Delgado.
Em Juiz de Fora, as obras públicas, como a ampliação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), é que têm dado impulso ao setor. De acordo com estimativa do sindicato do setor, o município ainda sofre com déficit habitacional de sete mil unidades.
Em Montes Claros, no Norte de Minas, as obras do "Minha casa, minha vida" impulsionam o setor. Apesar de prever que a atividade siga crescendo neste ano, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte de Minas, Leonardo de Vasconcelos, lamentou a falta de mão de obra. "Assim como vive o setor no país, em Montes Claros a construção vive um momento de pujança devido a diversos fatores. Mas esse crescimento pode ser afetado se não encontramos uma solução para o principal gargalo que nos atinge que é a falta de pessoal", afirmou.
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