
AGÊNCIA CBIC
25/11/2011
Sinduscon-MG completa 75 anos
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25/11/2011 :: Edição 224 |
Jornal Diário do Comércio – MG/MG 25/11/2011
Sinduscon-MG completa 75 anos Entidade foi uma das primeiras a iniciar o processo de cálculo do indicador de custos do setor, em 1966.Anos 2000 foram marcados pelo boom imobiliário, que reaqueceu o setor
O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) completa, no dia 14 de dezembro, 75 anos. Quando foi fundado, em 1936, a entidade chamava-se Syndicato Patronal dos Constructores de Bello Horizonte e tinha como objetivo negociar com o sindicato dos trabalhadores do setor, função que mantém até os dias atuais.
O presidente do Sinduscon-MG, Luiz Fernando Pires, explica que foi na década de 30 que tiveram início os processos trabalhistas no Brasil e que o Sinduscon foi uma das primeiras entidades patronais do país constituída para intermediar a relação entre patrões e empregados. Com a instalação do Estado Novo, em 1937, apenas as entidades regularmente aprovadas pelo governo puderam atuar de forma legal, e o Syndicato Patronal dos Constructores de Bello Horizonte foi uma delas.
Pires afirma que o sindicato teve que buscar condições de atuação para as empresas do setor de construção civil. "Para negociar com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário é preciso uma entidade forte", diz. Em 1942, surgiu o Decreto-lei 84, que regulamentou as obras em Belo Horizonte, definindo, dentre outras, a taxa de ocupação e a altura das edificações. Nessa época, várias construções e intervenções urbanísticas aconteceram na cidade. Também em 1942, o sindicato passou a ser chamado de Sindicato da Indústria da Construção Civil de Belo Horizonte.
Na década de 50, o setor de construção civil viveu uma grande expansão proporcionada pelo Plano de Metas do governo federal, que tinha o lema "50 anos em cinco". Mas já no início dos anos 60 o cenário mudou. O crescimento vertiginoso da inflação resultou em retração das atividades da construção civil. O mercado começou a mudar em 1964, com a implantação do Banco Nacional de Habitação (BNH), que passou a oferecer financiamento de longo prazo para a aquisição de moradias.
Pires afirma que o Sinduscon ainda tem muito trabalho pela frente
Pioneirismo – No final de 1966, o Sinduscon-MG passa a publicar o Custo Unitário Básico de Construção por Metro Quadrado (CUB/m2). A entidade foi uma das primeiras do país a iniciar o processo de cálculo do indicador de custos de construção. Este cálculo permanece até hoje, bem como sua divulgação.
A década de 70 foi marcada pelo "Milagre Econômico". Foram anos de crescimento vertiginoso da economia nacional e do mercado imobiliário, movimentado também pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Nessa época, a atuação do sindicato se expande e várias iniciativas ampliam o seu reconhecimento perante a sociedade. Em 1976, surge a Lei Municipal de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de Belo Horizonte, que ordenou o crescimento da cidade.
Foi em 1978 que a nomenclatura da entidade foi alterada, formalizando-a como Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Com isso, o sindicato ampliou sua base de atuação para todo o Estado, com exceção de Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Governador Valadares, no Rio Doce. Em 1979, o Sinduscon passa a coordenar a recém-criada Comissão de Economia e Estatística da Câmara Brasileira da Industria da Construção (Cbic). Nesse mesmo ano, a entidade enfrenta a greve geral dos trabalhadores da construção civil de Belo Horizonte.
A década de 80, conhecida como "A Década Perdida", devido à grave crise econômica que assolou o país, com variados e fracassados planos econômicos, foi ruim para a construção civil e o mercado imobiliário nacional. Apenas nos breves anos do Plano Cruzado é que ocorreu pequena recuperação.
Em 1986, foi extinto o BNH. No ano seguinte, a Caixa Econômica Federal reconheceu o Custo Unitário Básico (CUB) como indicador do setor e autorizou sua adoção por suas filiadas para atualizar os pedidos de suplementação de recursos para as Cohabs e as cooperativas habitacionais. A medida é resultado de ações do Sinduscon-MG, que sediava a Assessoria Econômica da Cbic com o banco. Também em 1987, a entidade passa a fazer parte da Comissão de Estado da Indústria da Construção (Ceico).
A década de 90 foi movimentada para o Sinduscon. Entre outros projetos, a entidade lançou o Serviço Social da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Seconci-MG), que passa a oferecer gratuitamente aos trabalhadores do setor e seus dependentes atendimento médico, odontológico, de segurança do trabalho e serviço social, tudo custeado pelas construtoras.
O sindicato também passou a fazer parte do Fórum da Cidade, para discutir a proposta do Plano Diretor e da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação de Solo de Belo Horizonte, e fundou a Agência de Desenvolvimento de Belo Horizonte (ADBH), entidade sem fins lucrativos que visa assegurar a ordenação e implementação de projetos com vistas ao desenvolvimento global e sustentado da cidade.
Hoje – Os anos 2000 foram marcados pelo boom imobiliário, que reaqueceu a construção civil após anos de estagnação. O lançamento do programa "Minha casa, minha vida" e o aquecimento da economia são alguns dos aspectos que impulsionaram o setor. Com o mercado aquecido, surgiu a questão da falta de mão de obra qualificada. Para sanar o problema, o Sinduscon realiza parcerias com escolas como o Senai e o Sesi para a capacitação de pessoal.
"O importante é manter uma estrutura adequada para ajudar o crescimento dos negócios e gerar riqueza e emprego", observa Pires. Ele afirma ainda que a entidade ainda tem muito trabalho pela frente e destaca a cultura burocrática do país como um dos entraves do setor. "São muitas leis e regras que atrasam o processo de aprovação de um projeto. Trabalhamos para tentar simplificar esse processo. Temos um desafio técnico que é ter competitividade constante. Para isso, precisamos conseguir criar melhores condições para desenvolver os empreendimentos."
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