
AGÊNCIA CBIC
18/11/2011
Revisão de PIB deve gerar pouca variação
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18/11/2011 :: Edição 219 |
Jornal Valor Econômico/BR 18/11/2011
Revisão de PIB deve gerar pouca variação
A revisão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2009, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não deverá provocar mudanças significativas no crescimento econômico de 7,5%, verificado em 2010. Os novos dados indicam que a retração foi de 0,3%, queda um pouco menos acentuada que a anunciada inicialmente (0,6%).
De acordo com o coordenador de contas nacionais do IBGE, Roberto Luís Olinto, o desempenho de grandes agregados, como comércio e indústria, não sofrerão mudanças significativas, apesar da melhora na base de comparação entre 2009 e 2010. "Nenhuma variação será grande", disse Olinto, que destaca a construção civil como uma das atividades que apresentam variações mais expressivas nas revisões do instituto.
Segundo o coordenador, é impossível dizer agora quais setores subirão ou descerão com a revisão do PIB de 2010, porque estão sendo revistos os dados dos quatro trimestres do ano passado e dos dois primeiros trimestres deste ano. O PIB investiga 293 produtos e 110 atividades.
Com a revisão do PIB de 2009, a agricultura, que nas contas preliminares havia caído 4,6%, terminou com retração de 3,1% na comparação com 2008. Na mesma base de comparação, a indústria caiu 5,6%, resultado melhor que a queda de 6,4% estimada pe anteriormente. No setor de serviços, o crescimento inicial, de 2,2%, ficou, após a revisão, em 2,1%.
Para Flávio Serrano, economista do BES Investimento, com a revisão do PIB de 2009, "o 'carry over' para 2010 deverá ser ampliado", referindo-se ao efeito estatístico que influencia no cálculo PIB. "Mas não dá para afirmar que isso resultará em revisão para cima do PIB de 2010, já que há outras informações que também deverão ser consideradas", como os dados de desempenho da economia brasileira, que são incorporados ao cálculo do PIB pelo IBGE.
A primeira revisão do PIB de 2010 deverá ser divulgada juntamente com o PIB do terceiro trimestre deste ano, prevista para o início de dezembro. Um aumento no PIB de 2010 poderia ajudar a ampliar o PIB de 2011, por efeito estatístico. É com isso que conta a equipe econômica do governo, como mostrou reportagem publicada ontem pelo Valor . Essa ajuda impediria que a economia crescesse abaixo de 3% neste ano.
Flávio Combat, economista-chefe da corretora Concórdia, avalia que a revisão do PIB de 2009 terá efeito positivo sobre o resultado de 2010 e 2011. "Se o PIB crescer mais de 3% neste ano, será por carregamento estatístico de 2010."
Como o novo PIB de 2009 também pode aumentar ligeiramente o de 2010, é possível que, apenas devido ao carry over, o crescimento econômico neste ano seja de 3,2%, calcula Combat, que ainda não alterou a projeção de 3% para 2011. O analista irá revisar marginalmente para cima essa estimativa, caso se confirme um avanço maior do PIB do ano passado.
"Nessa altura do campeonato, só o efeito estatístico influenciará o PIB deste ano", disse o economista-chefe da Concórdia, para quem os indicadores de atividade, com destaque para a produção industrial, indicam forte desaceleração no terceiro trimestre, ritmo que não terá melhora significativa no último trimestre do ano.
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