
AGÊNCIA CBIC
16/11/2011
Para especialistas, recessão global é pouco provável
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16/11/2011: Edição 217 |
O Globo/BR 13/11/2011
Para especialistas, recessão global é pouco provável Europeus podem enfrentar estagnação
A elevada exposição dos bancos europeus às dívidas das nações que mais enfrentam dificuldades na Europa evidencia quão vulnerável é o sistema bancário do velho continente. Num cenário mais pessimista, um calote desordenado da Grécia ou mesmo da Itália arrastaria as instituições financeiras que detêm títulos da dívida pública desses países para o buraco, num efeito dominó semelhante ao ocorrido nos EUA em 2008.
Logo, empresas suspenderiam investimentos e consumidores freariam o ritmo das compras, levando a uma recessão global. Na opinião de analistas, porém, esse cenário é pouco provável. Para Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central (BC) e diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), o risco da repetição de uma crise sistêmica como a de 2008 é remoto:
– Há uma definição política clara na Europa de não deixar quebrar os bancos too big to fail (grandes demais para falir). A regra vale para as nações mais ricas.
Entre os Estados grandes demais para falir estão Itália e Espanha. Na avaliação de Langoni, no entanto, um socorro nos moldes do desenhado para a Grécia, em que 50% da dívida do país foram perdoados, não se aplica àqueles países, dada a dimensão de suas dívidas. Enquanto a dívida federal na Grécia somava 329,3 bilhões ao fim de 2010, a espanhola alcançava 641,8 bilhões e a italiana encostava nos 2 trilhões. Por isso, o mais provável é que o Banco Central Europeu continue comprando títulos da dívida desses países.
Nesse cenário, considerado mais provável pelos especialistas, a recessão dá lugar a um longo período de estagnação das economias europeias, com crescimento abaixo de 1% nos próximos anos, diz o economista Simão Silber, da USP.
O diretor-presidente do Bracce, Michael Esrubilsky, especializado em crédito para empresas de médio porte, diz que empresas brasileiras podem ganhar com o panorama moderado, pois os cortes de juros promovidos pelo Banco Central (BC), que reduziu para 11,50% ao ano a Taxa Selic, tornam mais barato o crédito no país. (Danielle Nogueira e Bruno Villas Bôas)
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