
AGÊNCIA CBIC
14/10/2011
Governo libera verba para o PAC Mobilidade
![]() |
14/10/2011 :: Edição 197 |
Jornal Brasil Econômico/BR 14/10/2011
Governo libera verba para o PAC Mobilidade
Governo começa a liberar verba para mobilidade, mas especialistas alertam que não haverá tempo para construir obras para grandes demandas
Anunciado há quase um ano, a segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) começou, somente agora, a liberar os recursos previstos para obras de mobilidade urbana das cidades envolvidas na Copa 2014. Ontem, a presidente Dilma Rousseff esteve em Curitiba (PR) para anunciar a aprovação de R$ 1,7 bilhão em investimentos para a construção de uma linha de metrô na cidade.
O governo tem até o dia 31 para divulgar o quanto cada uma das 24 cidades envolvidas na Copa terá direito de receber no montante de R$ 25,8 bilhões disponíveis- R$ 18 bilhões do PAC Mobilidade e R$ 7,8 bilhões do PAC Copa. "Precisamos investir em todos os modais para correr contra o tempo", disse a presidente ontem. "Já deveríamos ter feito esses investimentos na década de 80 e 90, para chegar ao século 21 com capacidade de atender à crescente demanda do país", complementou.
Os investimentos previstos para mobilidade urbana voltam se para a construção, principalmente, de sistemas de Bus Rapid Transit (BRT) e de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT): corredores e terminais de ônibus e trens de superfície com capacidade média.
Contra o tempo
Mesmo com a liberação dos recursos, o prazo de dois anos – tempo que as prefeituras terão para construir as obras – pode não ser suficiente, alertam especialistas.
Pedro Taddei Neto, arquiteto e urbanista da Universidade de São Paulo (USP) explica que nesse período não é possível desenvolver uma infraestrutura que atenda a grandes demandas.
"Só é possível construir corredores de baixa intervenção, ou seja, que não exigem túneis ou desapropriações. Ampliação de oferta de linhas de trem e metrô está fora de cogitação nesse tempo", afirma. Nesse sentido, as obras que serão desenvolvidas correm o risco de se tornar obsoletas frente à forte demanda que já existe nas grandes cidades.
"As metrópoles cresceram vertiginosamente, sem investimentos.
Os projetos do PAC mobilidade não passarão de soluções de emergência, portanto", complementa.
O engenheiro Neuton Karassawa concorda. "Os governos discutem projetos individualmente mas não há um modelo estratégico que pense na integração das obras. Estamos apenas remendando problemas estruturais sem discutir os mecanismos de desenvolvimento das cidades no longo prazo."Hoje, é Porto Alegre que saberá quanto receberá para os projetos inscritos.
Belo Horizonte foi a primeira a noticiar a liberação de recursos federais para suas obras, que totalizam R$ 2 bilhões.
——————————————————————————–
LIBERAÇÃO LENTA
– Belo Horizonte foi a primeira a receber verba para mobilidade.
Em setembro, anunciou R$ 2 bilhões em investimentos.
– Curitiba receberá R$ 1,7 bilhão do governo federal para a linha azul do metrô, com 18 estações programadas na 1ª etapa.
– A União deverá investir R$ 25,8 bilhões em 24 cidades envolvidas na Copa. Maior parte virá do PAC Mobilidade (R$ 18 bilhões).
|
![]() |
![]() |