
AGÊNCIA CBIC
14/10/2011
Economia mineira desacelera por causa do setor industrial
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14/10/2011 :: Edição 197 |
Jornal O Tempo/MG 14/10/2011
Economia mineira desacelera por causa do setor industrial
A economia mineira continua em trajetória de desaceleração, mas mantém um desempenho acima da média nacional. Pelo terceiro trimestre seguido, o Estado registrou queda na taxa de crescimento, com incremento de 3,4% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Já o Brasil cresceu 3,1%. Embora Minas Gerais tenha forte perfil agrícola e industrial, foi o setor de serviços impediu que a desaceleração fosse ainda maior, com ajuda da construção civil.
De acordo com o Boletim de Conjuntura Econômica divulgado ontem pela Fundação João Pinheiro (FJP), enquanto o setor agropecuário caiu 1,1% em relação ao segundo trimestre de 2010 e a indústria cresceu 2,5%, o setor de serviços registrou aumento de 4,6%, acima da média nacional de 3,4%.
O pesquisador do Centro de Estatística e Informações da FJP, Reinaldo Carvalho de Morais, explica que o setor de serviços em Minas Gerais vai bem porque, ao contrário da indústria, as famílias ainda não sentiram o efeito da crise. "O mercado internacional para de comprar e afeta as exportações, mas o consumo das famílias ainda não foi afetado, o que pode ser justificado pela baixa taxa de desemprego e o aumento da massa salarial, que permite que as pessoas continuem comprando", explica Morais.
De acordo com o pesquisador, o resultado positivo do setor de serviços pode ser visto claramente nos indicadores do comércio, que registrou aumento de 9% em Minas Gerais, contra 4,9% da média brasileira, neste segundo trimestre.
No setor industrial, a indústria de transformação cresceu apenas 0,8% e a extrativa mineral caiu 0,7%. Ao todo, o setor cresceu 2,5%, depois de subir 5,7% no primeiro trimestre. O desaquecimento só não foi maior porque a construção civil apresentou forte crescimento de 8,5% em Minas Gerais, quatro vezes acima da média nacional de 2,1%.
O economista e coordenador sindical do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, explica que o setor mineiro já vem crescendo acima da média nacional há muito tempo. "Na média de 2004 a 2010, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) da construção subiu 4,32% ao ano no Brasil, em Minas a taxa anual foi de 6,5%. Só no ano passado, o crescimento mineiro foi de 8,5% versus 2,1% do país", compara.
Furletti explica que o desempenho superior de Minas deve-se à concentração de obras nos últimos anos, como a Linha Verde, as obras na avenida Antônio Carlos e os preparativos para a Copa do Mundo, como a reforma do Mineirão. "Além disso, tivemos muitos lançamentos em 2010 e as vendas refletem agora no PIB do setor", ressalta o economista.
Rio de janeiro. O comércio considerado pelo governo com um termômetro importante da atividade econômica está em marcha lenta, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Banco Central (BC) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A Sondagem Conjuntural do Comércio mostra que o índice de confiança dos empresários deste setor está em queda desde maio. Entre julho e setembro de 2011, por exemplo, houve uma redução de 1,6% no indicador em relação ao mesmo período no ano passado.
Além disso, o índice que mede a avaliação dos empresários sobre a situação atual também está 4% abaixo do indicador de 2010. A sondagem, no entanto, aponta que o quadro está um pouco mais positivo que o registrado no período junho-agosto de 2011, quando o índice de confiança estava caindo 2,7% e a avaliação sobre o quadro atual, 5,4%.
A pesquisa é uma novidade para dar à autoridade monetária mais elementos sobre o comportamento da economia e ajudar na fixação da taxa de juros.
Brasília. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) vai rever para baixo sua previsão, hoje em 4,5%, para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2011, segundo o coordenador do Grupo de Análise e Previsões, Roberto Messemberg. O economista disse já ter ficado claro que a taxa pode não atingir este patamar até dezembro e aventou a possibilidade de o país repetir o cenário em que o crescimento decola, mas não se sustenta no longo prazo.
"Espero que não repitamos o episódio do voo da galinha", disse. Messemberg não revelou qual será a revisão do PIB. O economista destaca que os investimentos no país estão baixo e podem refletir em redução da atividade econômica.
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