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18/07/2011

Governo planeja trava para manter a nova classe média

"Cbic"
18/07/2011 :: Edição 137

 

Brasil Econômico/BR 18/07/2011
 

Governo planeja trava  para manter a nova classe média 

Secretaria de Assuntos Estratégicos lança até o fim do ano a segunda geração de programas sociais, que terá como objetivo evitar que os brasileiros que ascenderam de nível socio econômico corram o risco de voltar para a pobreza

 
 O governo federal começa a estruturar dentro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) o que o ministro Wellington Moreira Franco chama de "segunda geração" das políticas sociais. O projeto, que está em processo de elaboração e que deve ser lançado efetivamente até o final do ano, pretende funcionar como uma "trava" para evitar que os cerca de 49 milhões de brasileiros que ingressaram na classe média desde meados dos anos 1990 voltem para a pobreza.
 "Já provamos que é possível o país se desenvolver com distribuição de renda", disse Moreira Franco ao receber o BRASIL ECONÔMICO em seu gabinete na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na quinta-feira (14).
 Para ele, o legado dos oito anos de gestão do ex-presidente Lula foi a mudança no desenho econômico e social do Brasil, mas é necessário avançar ainda mais. Assim, é preciso ter um projeto que dê sustentabilidade à melhora da renda e à ascensão do brasileiro, levando em consideração solavancos e retrocessos que a economia possa sofrer na próxima década.
 Para avançar nessa conta, a SAE vai mapear a nova classe média e identificar o que impediu trabalhadores pobres de subir de classe social. Isso é necessário para desenhar um programa que dê novas oportunidades de ascensão, além de levantar os riscos que podem provocar um retrocesso de quem melhorou de vida. "Precisamos saber quem são essas pessoas, suas aspirações e valores para elaborar um projeto que atenda de fato seus anseios e necessidades e criar mecanismos para que esse ganho não se perca", explica.
 Até há pouco tempo, depois de quitadas as contas do mês, a nova classe média não tinha um centavo para consumir mais do que os itens da cesta básica. De acordo com dados do instituto de pesquisa Data Popular, hoje, a classe C é responsável por 78% do que é comprado nos supermercados, 60% das mulheres vão a salões de beleza, detêm 70% dos cartões de crédito no Brasil e 80% das pessoas acessam a internet. "As políticas sociais do primeiro momento (leia-se programas como o Fome Zero e o Bolsa Família) praticamente cuidavam da sobrevivência", diz Franco. "Agora, não teremos mais o foco no programa e sim no cliente".
 Afinal, a escolaridade dos jovens de classe média é maior que a de seus pais. Segundo a pesquisa, hoje o sonho de muitos jovens desse estrato não fica apenas nos bens, mas é o de conseguir um diploma de Ensino Superior e o MBA. E criar oportunidades para atingir esses objetivos, como o de gerar potencial inovador nesses jovens, será a meta da "segunda geração" dos programas sociais, que terá ações focadas em três segmentos: 1) Crianças de zero a três anos; 2) Jovens e 3) Habitação.
 O primeiro, explica Franco, se justifica porque a criança é 'moldada' até os três anos de idade. É nessa fase que ela desenvolverá todas as capacidades cognitivas que definirão que tipo de cidadão será no futuro.
 Nos projetos voltados para o jovem, o objetivo é, em primeiro lugar, dirimir os elevados índices de mortalidade, especialmente nas periferias.
 "Um jovem que nasce na favela, se não dá para jogador de futebol ou cantor de funk, é cooptado pelo tráfico", lamenta o ministro. E o problema das favelas está também no terceiro e último foco dos novos programas, que é a habitação. Afinal, ter uma moradia digna, com água, luz e tratamento de esgoto, é direito de todo brasileiro.
 Segundo o ministro, o que se deseja para o país é um cidadão diferente, com valores de vida que ajudem a construir uma sociedade.
 "Queremos democratizar as oportunidades e só vamos avançar e nos tornar de fato uma das grandes economias do mundo quando a sociedade for o agente de produtividade e produtor do desenvolvimento. Para chegar à posição de 5ª maior economia do mundo, é preciso se organizar. Senão, não se chega", afirmou Franco.
 Gargalos O ministro, no entanto, reconhece que junto com ascensão econômica vieram desafios. O principal é manter a demanda por bens e serviços crescendo sem pressionar preços. "Não queremos inflação", diz, lembrando ainda do câmbio valorizado, do juro alto e da indústria operando com baixíssima ociosidade e em busca de ganhos de produtividade.
 Qual a nossa preocupação?, pergunta Franco, emendando na resposta: "Surgiu um novo segmento social que consome, que teve acesso a crédito e que evidentemente vai elevar as operações de crédito. Isso tem virtudes, mas também gera apreensões pois a adimplência é um componente importante para se manter a confiança na economia.
 Vamos acompanhá-la com lupa", diz, lembrando ainda que está entre os objetivos do governo uma campanha que ajude a desenvolver no brasileiro a cultura da poupança.
 FOCOS DAS NOVAS POLÍTICAS SOCIAIS
 Crianças com idade entre 0 e 3 anos
 Esse é o período considerado por educadores, psicológos como fundamental ao desenvolvimento das habilidades cognitivas. Há inclusive um movimento para tornar obrigatório vagas em creches para todas as crianças.
 Projetos de valorização do jovem
 A violência é o principal problema enfrentado pelos jovens, que na periferia têm muito pouco acesso a oportunidades. O objetivo será democratizar as oportunidades por meio de programa específico de capacitação e treinamento.
 Acesso a programas de habitação
 Além do Minha Casa, Minha Vida, que ampliou o acesso ao sonho da casa própria, há planos para definir como lidar com os questões que envolvem favelas e áreas invadidas, especialmente em reservas ambientais.
 CLASSE CEM NÚMEROS
 4% é a velocidade média de expansão dessa nova classe brasileira.
 R$ 100 bi foram injetados na economia por essas pessoas desde 2002.
 19% das pessoas de classe C planejam a compra de um imóvel em breve.
 R$ 1,1 mil é o piso de renda familiar atual desses novos integrantes.
 65% dos jovens concluíram o ensino fundamental ante 26% dos pais.
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 A classe C é hoje responsável por 78% do que é comprado nos supermercados, 60% das mulheres vão a salões de beleza, detêm 70% dos cartões de crédito no Brasil e 80% das pessoas acessam a internet.

"Cbic"

 

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