
AGÊNCIA CBIC
12/07/2011
Preços máximos no Estado ficam aquém do esperado
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12/07/2011 :: Edição 133 |
Tribuna do Norte Online – Natal/RN 12/07/2011
Preços máximos no Estado ficam aquém do esperado
As regras da 2ª fase do Minha Casa, Minha Vida, detalhadas na última semana no Diário Oficial da União, não atingiram as expectativas das construtoras no Rio Grande do Norte. O valor dos imóveis, na visão de Carlos Luís Cavalcanti de Lima, diretor de Marketing e Comunicação do Sinduscon/RN, e diretor da Tecnart Engenharia, ficou abaixo do esperado. Em Natal e na grande Natal, por exemplo, uma casa destinada a quem recebe R$1,6 mil custará R$52 mil e um apartamento custara R$53 mil. Na 1ª fase, uma casa custava R$ 37 mil e um apartamento, R$ 41 mil. Mesmo com a evolução, a margem das construtoras continua apertada, afirma.
O problema é que o cálculo para definir os valores nesta etapa, segundo o diretor de marketing do Sinduscon/RN, não considerou custos adicionais que serão gerados com as construções – nesta segunda fase do programa elas possuem novas especificações – e por isso, não dá margem para as construtoras enfrentarem novos reajustes. "Joga-se com uma variação muito pequena. Anda-se em cima do fio da navalha", diz. Isso porque, ao longo do programa, todos os custos podem subir, menos o valor final do imóvel. "E se a construtora entrou, sabe que vai ter que entregar pelo valor que contratou", afirma Carlos Luis.
Antes de entrar no programa, ele recomenda que as construtoras potiguares analisem suas planilhas de custos. Isso, porque, o valor dos imóveis não será reajustado ao longo do programa.
Programa
Para Carlos Henrique, dono da Módulo Incorporações e Construções, entrar no programa só é viável para quem consegue comprar terrenos por preços mais baixos. A Módulo participou da 1ª fase do programa – construindo 1.957 casas em São Gonçalo do Amarante, Ceará Mirim e Macaíba para quem recebe até 3 salários mínimos – e já se prepara para participar da 2ª. "O único problema é encontrar terrenos a preços acessíveis". A falta de terrenos em Natal, apontada como vilã da 1ª fase, continua interferindo nos planos para a capital, elevando os custos dos imóveis e empurrando os investimentos para a região metropolitana. "A preocupação maior é o valor dos terrenos", resume Carlos Henrique.
No entanto, o valor dos imóveis não foi a única mudança na 2ª fase. O governo federal também decidiu reduzir o número de imóveis destinados a quem recebe até R,6 mil. Em junho, chegou a anunciar que destinaria 60% dos 2 milhões de imóveis previstos para quem se encaixa nesta faixa de renda, o que daria 1,2 milhão de moradias. Mas o número caiu para 860 mil. O restante será distribuído entre as outras modalidades.
Em entrevista ao portal G1, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Safady Simão, afirmou que a regulamentação da 2ª fase do Minha Casa Minha Vida 2 foi "absolutamente decepcionante". Para ele, as novas regras foram "uma ducha de água fria no setor". Safady Simão, da CBIC, afirma que não vai haver interesse do setor na 2ª fase do programa. Carlos Luis e Carlos Henrique, donos de construtoras potiguares, amenizam a situação e afirmam apenas que a nova fase inspira cuidados.
Na portaria, também foram incluídas outras exigências que não estavam previstas antes, como a destinação de 3% das unidades para idosos (cujas habitações custam mais caro), redução do tamanho dos condomínios de 500 para 300 unidades, diminuindo a escala das obras e aumentando os custos e construção de áreas institucionais para empreendimentos com mais de mil unidades.
Programa prevê mais de 14 mil moradias no Rio Grande do Norte
O Ministério das Cidades, que assinou a portaria divulgada no Diário Oficial da União na semana passada, divulgou apenas as normas dos imóveis destinados a quem recebe até 3 salários mínimos. A 2ª fase do programa prevê a construção de 14.765 unidades habitacionais voltadas para a população com esta faixa de renda no Rio Grande do Norte, ou seja, para quem recebe até R,6 mil por mês. A primeira fase do programa contemplou a construção de 19 mil habitações, incluindo todas as faixas de renda.
Com a publicação da portaria, segundo reportagem da Agência Brasil, poderão ser iniciadas as contratações da segunda fase do Minha Casa para a primeira faixa de renda (até R$ 1,6 mil por mês na área urbana e até R$ 15 mil anuais na zona rural). O valor médio das moradias a serem compradas pela famílias de baixa renda subiu de R$ 42 mil para R$ 55 mil. A segunda fase do Programa foi lançada dia 16 de junho. Serão investidos R$ 125,7 bilhões entre 2011 e 2014 no país. Desse total, R$ 72,6 bilhões são para subsídios e R$ 53,1 bilhão serão destinados a financiamentos.
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