Jornal Diário do Comércio/BR – 27/05/2011
setor deve crescer menos este ano
LUCIANA SAMPAIO.
A indústria da construção civil
no Estado deve crescer menos que no ano passado, confirmando previsão de
desaceleração para este ano, como informou o coordenador sindical do Sindicato da Indústria da Construção Civil
de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti. Depois de registrar incremento
de 11,6% no ano passado, o setor deve alcançar percentual de 5,2% no presente
exercício.
"Como a base de 11,6% é alta, o fato de reduzir o percentual de
crescimento não significa que o setor vai parar de crescer", ressalta. A
retração da indústria da construção
civil, neste ano, pode ser explicada por alguns fatores. O primeiro
deles é que, diferente de 2010, a segunda edição do programa "Minha casa, minha vida" ainda não
deslanchou, o que só deve acontecer no segundo semestre.
Há que se considerar, ainda, que as medidas do governo federal para conter o
consumo, com elevação dos juros e restrição na oferta de crédito, também geram
impactos diretos para o setor, com redução do ritmo dos negócios.
O cenário da indústria da construção
civil mineira segue a tendência nacional para o setor, como aponta a
Sondagem da Construção Civil, pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada ontem. De acordo com o relatório, que mede o
sentimento dos empresários do segmento em relação ao ambiente de negócios, o
nível de atividade efetiva em abril foi de 48,3 pontos, menor que os 49,5
pontos relativos ao mês anterior. Em abril do ano passado, esse percentual
ficou em 66 pontos.
Estável – O nível de
atividade do setor e o número de empregados mantiveram-se praticamente iguais a
março, respectivamente com 50,2 e 49,9 pontos, ante 49,9 e 50,4 pontos
relativos ao mês anterior. De acordo com o estudo, as pequenas empresas foram
as que mais desaceleraram em abril, com 48,4 pontos. As médias também
registraram retração nas atividades, com 49,7 pontos. Apenas as grandes
companhias continuam a elevar o ritmo de atividades, com 52,4 pontos, um a mais
que em março.
Por setores, o de serviços especializados registrou o maior recuo, com 47
pontos. Já a construção de edifícios fechou o período com 48,7 pontos e o
segmento de obras de infraestrutura alcançou 48,1. O indicador varia de zero a
100 e valores acima de 50 indical crescimento da atividade e expectativa
positiva. Os resultados demonstram cautela por parte das empresas.
Para os próximos seis meses, os empresários do setor continuam mantendo o
otimismo. A expectativa sobre o nível de atividade caiu de 60,8 para 59,7
pontos no comparativo entre os meses de abril e maio.
A
previsão para novos empreendimentos e serviços atingiu 61,1 pontos em maio,
ante os 61,1 registrados em abril. Com 58,2 pontos, os empresários esperam
empregar mais pessoas nos próximos seis meses, embora o indicador de quantidade
de funcionários tenha sido de 60,2 pontos em abril. |