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AGÊNCIA CBIC

09/05/2011

Empresas estrangeiras entram na disputa

"Cbic"
 
09/05/2011 :: Edição 093

Jornal O Estado de S.Paulo/BR – 09/05/2011

empresas estrangeiras entram na disputa

Escritórios de arquitetura e fabricantes de material de construção já estão no mercado

Jennifer Gonzales

A contratação do arquiteto americano de origem polonesa Daniel Libeskind –
responsável pelo projeto que irá substituir o World Trade Center, em Nova York
– pela incorporadora JHSF para desenhar o Edifício Vitra, em São Paulo, é
apenas a ponta mais visível de um movimento de empresas estrangeiras que se
voltam para o mercado brasileiro, diante da ascensão econômica do País e do
crescimento do setor imobiliário.

As companhias são de diferentes áreas.

Há escritórios de arquitetura com trabalhos em diversas partes do globo,
como o Studio Daniel Libeskind, o holandês OMA e o português Openbook.

Fabricantes de materiais de
construção
também se instalaram no Brasil, a exemplo das portuguesas
Investwood (placas de fibras de madeira), com processo concluído no início
deste ano, e Reynaers (janelas, portas e fachadas de alumínio), que chegou no
final de 2010, e a igualmente lusitana Valchromat (MDF colorido), que instala
fábricano País.

Incorporadoras como as portuguesas Soares da Costa, Teixeira Duarte e
Bascol, estão aqui há cerca de dois anos.

Essas novas tecnologias e materiais de alta performance se traduzirão na
melhoria dos processos construtivos e, por consequência, na elevação da
qualidade dos novos imóveis.Quem ganhará com isso, no final da cadeia, será o
consumidor.

"O mundo inteiro está olhando para o Brasil", diz o sócio da
Openbook, Paulo Jervell, de 38 anos. Desde que chegou ao País, em agosto do ano
passado, a empresa de arquitetura e engenharia conquistou seis projetos, entre
elesum condomínio em área de 100 mil metros quadrados na cidade de Itaguaí, no
Rio de Janeiro, e um edifício residencial nos Jardins, em São Paulo.

"Viajo o mundo inteiro e ouço sempre a mesma pergunta: "o que está
acontecendo no Brasil e na China?"", diz Peter Turzo, vice-
presidente da Sotheby"s International Realty, imobiliária especializada em
produtos de alto padrão e licenciada da casa de leilões londrina Sotheby’s.

Turzo esteve em São Paulo na semana passada para falar a um grupo de
investidores e incorporadores sobre os planos da empresa no País: fechar 2011
com um faturamento de R$ 1 bilhão.

No ano passado as vendas somaram R$ 300 milhões, 20% superior em relação a
2009.

Embora não divulgue seus projetos, a empresa holandesa de arquitetura e
urbanismo OMA, com escritórios em Roterdã,Nova York, Pequim eHong Kong, e que
tem entre seus sócios um vencedor do Pritzker(RemKoolhaas), o maior prêmio
mundial de arquitetura, declarou para o Estado por e-mail: "Os sócios
Victor van der Chijs e Shoshei Shigematsu recentemente visitaram São Paulo em
resposta a várias oportunidades de projetos apresentadas à firma. Embora não
seja possível anunciar os detalhes no momento, estamos interessados no mercado
brasileiro e pretendemos retornar muito em breve." O arquiteto Libeskind
também tem acompanhado o mercado nacional: "A economia brasileira passa
por um rápido crescimento e haverá muitas oportunidades para arquitetos em
geral.

Para mim é o espírito vibrante e criativo do País que faz dele um lugar
inspirador para trabalhar." Honorários. Certamente a doce visão em relação
ao Brasil é o quem e nos interessa nesse cenário de negócios. Para competir no
mercado local, as empresas estrangeiras estão readequando seus preços à
realidade nacional, caso do próprio Libeskind.

"Ficamos um pouco surpresos ao receber o valor proposto pelo
arquiteto", revela Luciano Amaral, diretor de incorporações da JHSF, que
contratou o profissional para o Edifício Vitra, na Rua Horácio Lafer.

Ovalor cobrado pelo arquiteto foi só cerca de 30% maior em comparação a
alguns dos melhores arquitetos brasileiros, diz o executivo da JHSF. "Os
escritórios internacionais querem entrar no País e estão reduzindo seus
honorários. Libeskind deixou claro que deseja fazer outros projetos para a JHSF
além do Vitra, seu primeiro trabalho no País", afirma.

Lançado em novembro,o edifício começará a ser erguido em julho. Os 13
apartamentos – sendo um dúplex na cobertura – terão plantas distintas, com área
útil de 565 m² a 1.145 m².Do total de unidades, cujos valores vão de R$ 8
milhões a R$ 15 milhões, 11 foram vendidos até o momento.

"O público de altíssimo padrão sempre busca algo diferente e um projeto
do nível de Libeskind é fator diferenciado de venda", diz Amaral.

Jervell, da Openbook, empresa de arquitetura e engenharia sediada em Lisboa
e com escritório brasileiro na Rua Oscar Freire, confirma a tendência. "A
empresa está perfeitamente alinhada com o mercado brasileiro. Para isso tivemos
de adaptar nossos honorários." O arquiteto formado pela École
d"Architecture Athenaeum, na Suíça, acredita que a chegada de novas
empresas estrangeiras ao mercado nacional irá ajudar a elevar o padrão das
construções.

Contribuição. "Os projetos europeus são exaustivamente detalhados e a
qualidade do processo de construção está bem mais evoluída do que no Brasil, o
que inclui tecnologia e componentes técnicos", afirma Jervell. "Um
exemplo é o cimento armado aparente, que se torna o próprio acabamento final.
No Brasil ainda não há essa técnica." Como resultado da introdução de
novos materiais e métodos distintos de trabalho, as construtoras no País terão
de dar um salto de qualidade, opina o arquiteto.

"Com outras referências no mercado, o comprador se tornará mais
exigente e as empresas terão de oferecer algo a mais para permanecerem
competitivas." Aprendizado. O diretor da incorporadora JHSF diz que
trabalhar com um escritório de arquitetura internacional foi uma experiência
interessante. "Eles têm uma visão de maior planejamento do projeto antes
do início da obra, fazem o detalhamento completo do edifício", diz Amaral.

"Trata-se de uma característica dos escritórios americanos e europeus.
No Brasil, os detalhes da construção vão sendo concluídos à medida em que a
obra é tocada." O executivo diz que a empresa está estudando outros
projetos com companhias estrangeiras.

Sobre o real forte em relação ao dólar e ao euro, o executivo diz que o
câmbio atual contribui não apenas para a importação de materiais de construção
como também de serviços. "Mas se a moeda americana estivesse a R$ 2,50,
ainda assim seria possível contratar o Libeskind." O vice-presidente de
tecnologia e qualidade do Sindicato da
Indústria da Construção Civil
do Estado de São Paulo (Sindus-
Con-SP),Mauricio Bianchi,acredita que" com o respeito aos projetos
arquitetônicos, vem também o respeito aos materiais e por consequência aos
produtos finais (apartamentos)." Bianchi participou recentemente de duas
missões técnicas ao exterior(em fevereiro à Inglaterra e em setembro aos
Estados Unidos), durante as quais visitou prestigiados escritórios de
arquitetura como o Foster+Partners, famoso por suas obras de aço e vidro na Europa e na Ásia.

Por outro lado, Bianchi diz que a vinda de empresas estrangeiras ao País não
irá acontecer tão rapidamente quanto se possa imaginar. "Esses escritórios
terão de se associarem parcerias com empresas nacionais, já que precisam de
aprovações legais e ambientais para os projetos."

Para arquiteto belga, Manaus é a nova Dubai

O belga de 32 anos Laurent Troost, do escritório de arquitetura zerOgroup,
mudou-se para o Brasil em 2008, dois anos depois de ter vindo para cá pela
primeira vez. "Fiquei surpreso com o número de obras em Manaus, me lembrou
muito Dubai, onde morava na época e trabalhava para o escritório holandês
OMA", conta. "Todos diziam que Dubai era o maior canteiro de obras do
mundo, mas ninguém falava em Manaus, que vivia uma situação muito
parecida." No período em que viveu na cidade, fez projetos para casas de
médio padrão.

"Elas
foram pensadas para serem sustentáveis e adaptadas ao clima local", diz o
arquiteto nascido em Bruxelas. "As residências locais são baixas e largas,
o que impede a boa permeabilidade do solo e a circulação do ar no interior da
morada, além de estarem mais expostas ao sol." Troost criou residências
mais altas e estreitas. "Esse tipo de planta cria ventilação cruzada e
diminui a necessidade de ar condicionado." Com um sócio brasileiro em
Manaus, Troost mudou-se para São Paulo atrás do maior mercado imobiliário do País



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