Rede Band/BR – 04/05/2011
trabalhadores da construção civil preferem ficar na informalidade
Estudo do Sinduscon (Sindicato da Indústria da
Construção Civil do Paraná) mostra que quase metade dos trabalhadores neste
setor está na informalidade. Para o vice-presidente de Política e Relações de
Trabalho, Rodrigo Fernandes, este é o principal motivo da falta de mão de obra
qualificada.
Fernandes explica que esta mão de obra trabalha em empresas
menores, que fogem à responsabilidade e não se preocupam com a especialização.
“Se os colocarmos na formalidade, resolvemos o problema da qualificação”,
defende. Ele diz que a maioria dos trabalhadores informais não tem interesse em
se especializar porque se diz satisfeita. Na verdade, afirma Rodrigo, eles
recebem seguro-desemprego e não querem perder o benefício caso assinem a
carteira de trabalho.
Para enfrentar o problema, as empresas têm oferecido
qualificação no próprio canteiro de obras. O 2º vice-presidente Financeiro do
Sinduscon, Waldemar Trotta, explica que muitas pessoas querem se especializar,
trabalhar e crescer na profissão, mas esbarram na pouca oferta de cursos
técnicos e na dificuldade de horários. Ele conta que uma pessoa começa como
servente e procura cursos de especialização; porém, encontra apenas turmas
noturnas. “Eles trabalham pesado o dia todo e têm que fazer curso à noite. A
dificuldade é grande e as salas de aula estão vazias. Por isso é mais fácil
aprender na obra”, explica.
Porém, Trotta alerta que a qualificação adequada depende de
bons cursos, em escolas ou órgãos públicos especializados. Até porque, diz,
muitos dos trabalhadores não tiveram sequer a educação básica. “Esta é uma
forma emergencial que as empresas encontraram para reduzir o problema”.
A falta de mão de obra leva à industrialização, diz Waldemar.
“Como a mão de obra está escassa e cada vez mais cara, as empresas partem para
mais maquinário e menos pessoas”, afirma.
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